Invest

De seguro pet a celular: quais são os novos passos do Bradesco Seguros?

Uso de inteligência artificial (IA) já é realidade na companhia, que investe há três anos mais de R$ 1 bilhão por ano em tech

Bradesco Seguros: companhia visa segmento de wellness (Rebecca Crepaldi/Exame)

Bradesco Seguros: companhia visa segmento de wellness (Rebecca Crepaldi/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 08h01.

Com oito frentes em seis empresas, o Bradesco Seguros ainda busca construir novos produtos. É o que disseram executivos das principais áreas da companhia nesta quarta-feira, 3, em encontro com jornalistas no qual a EXAME esteve presente. De seguro pet a seguro de celular, os próximos passos da seguradora é se aproximar mais ainda da população.

Ney Dias, diretor-presidente da Bradesco Auto/Ramos Elementares, conta que o seguro para pet está no forno. Primeiro, ele será destinado a pessoas de alta renda do banco. No segundo trimestre de 2026, será destinado ao público geral. “É um produto importantíssimo, de alta demanda. Então estamos desenvolvendo com o seguro residencial que chega na segunda semana agora de dezembro nos segmentos de alta renda”, afirmou.

Em números divulgados pelo executivo, há 70 milhões de pets no Brasil, que movimentam R$ 80 milhões. “Tem um potencial de mercado”, comentou. Segundo ele, há um parceiro por trás, que atua em diversos países e será divulgado em conjunto com o produto.

E não é que eles não estejam no segmento de celular. Hoje há uma carteira de equipamentos onde dois terços são de equipamentos rurais e um terço ligado a equipamentos de tecnologia, como notebooks, iPads e celulares. “Essa carteira tem um crescimento maior do que a carteira do agro”, explicou Dias.

O seguro celular é disponibilizado em parceria com “grandes varejistas”. Num primeiro momento, será um seguro para celulares novos. “Estamos avaliando entrar em celulares usados. É um ponto de atenção, uma carteira que a gente observa o crescimento do mercado”, informou. Ainda segundo ele, há possibilidades de parcerias com telefonia e está na “lista de prioridades.”

Wellness também no foco

Os executivos do Bradesco Seguros afirmam estar de olho nos conceitos de lifestyle e em wellness. “Observamos, sim, essa tendência pelo bem-estar, especialmente nessa geração millenial”, disse Bernardo Castello, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência.

Tanto é que, no meio do ano, lançaram para funcionários da organização um teste com a plataforma Viva Longevidade. A ferramenta, para mobile, realiza um raio-x da vida do usuário, buscando acompanhar a parte de atividade física, saúde mental e alimentação. Depois, transforma em um score pessoal para que uma solução de inteligência artificial (IA) consiga dar dicas onde a pessoa pode melhorar.

De janeiro até setembro deste ano, a taxa de engajamento dos 8 mil usuários ativos foi mais de 90%. Além disso, eles lançaram desafios como de “movimento de passos diário”, em que estão recompensando com pontos Livelo. De acordo com Castello, a estratégia é abrir para todos os clientes no próximo ano, mas em fases, para controlar a qualidade, garantir o engajamento e a gestão.

“Há quem pense que estimular uma vida saudável gera uma sinistralidade menor para o business. Mas esse não é meu foco. O meu foco é ser mais relevante para o cliente e fidelizar, ter pontos de contato com ele, especialmente se for o cliente de Vida e Previdência, onde temos uma jornada de muitos anos.”

IA como impulsionadora

E a IA não entra apenas nessa parte. Há três anos a empresa investe mais de R$ 1 bilhão por ano em tech. Esse investimento é também acompanhado de investimento em pessoas, destaca Vinícius Cruz, CFO da companhia. “Aproveitamos o conhecimento instalado do nosso time para melhorar as especificações, o atendimento, os produtos e coberturas. Isso já se reflete na melhora de sinistralidade”, aponta.

A IA impulsionou a identificação de potenciais fraudes, auxiliando a mitigar o risco de abusos dos seguros que poderia onerar a empresa. Segundo ele, só é possível ter 4 milhões de vidas no segmento devido à capacidade de processar e separar informações.

A exemplo, antigamente, no caso de dano a um automóvel, era necessário mandar um vistoriador, tirar foto, revelar, questionar — e isso tinha um custo. Hoje, com a inteligência artificial, é possível fazer uma vistoria à distância. “Conseguimos, através das fotografias, ter essas informações, saber se o bem tem danos, comparar se aquele carro foi exatamente o carro que a pessoa apresentou na proposta, dentre outras coisas.”

Além disso, o Bradesco Seguros também atrai muitas empresas, incluindo startups, que colaboram para o desenvolvimento de novas ferramentas.

Para Ivan Gontijo, presidente da companhia, a IA vem para facilitar o dia a dia operacional das pessoas, sendo uma forma de agilizar processos e, com isso, atender as demandas dos segurados de forma mais eficaz e mais eficiente. “Eu acredito muito na inteligência artificial como provocação de negócio”, ressaltou.

E, de acordo com o executivo, também existe o outro lado: as grandes empresas já estão trabalhando com o risco da inteligência artificial — se isso existe, “nada mais correto e adequado do que se criar uma proteção, e “a proteção para esse risco vem através do seguro.”

Acompanhe tudo sobre:BradescoBradesco Vida e PrevidênciaBradesco SaúdeSegurossetor-de-segurosseguro-de-carroSeguro de vidaSeguros de saúdeSeguros residenciaisSeguros de viagem

Mais de Invest

Como projetos ligados à família Trump viraram 'mico' no mercado cripto

Wall Street descarta bolha de IA, mas monitora gargalos

PIB do Brasil e balança comercial: o que move os mercados nesta quinta

BTG Pactual reafirma sua liderança com 4º prêmio consecutivo como o melhor Banco para empresas