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Ibovespa fecha em queda em dia de Fed e Copom

Super Quarta foi marcada por decisão de juros no Brasil e nos Estados Unidos; expectativa é de manutenção da Selic

Fachada da B3: bolsa opera sem direção definida em dia de decisão de juros nos EUA e no Brasil (Gustavo Scatena/Divulgação)

Fachada da B3: bolsa opera sem direção definida em dia de decisão de juros nos EUA e no Brasil (Gustavo Scatena/Divulgação)

Publicado em 22 de março de 2023 às 09h38.

Última atualização em 23 de março de 2023 às 10h08.

O Ibovespa fechou esta quarta-feira, 22, em queda, em dia de decisões de política monetária tanto nos Estados Unidos como no Brasil – evento conhecido no mercado como “Super Quarta”. 

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Nos EUA, o Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed) responsável por decidir a taxa de juros no país, elevou a taxa em 0,25 ponto percentual (p.p.), para o intervalo entre 4,75% e 5,00%. Esta é a nona alta consecutiva de juros nos EUA. 

A elevação mais branda nas taxas, de apenas 0,25 ponto percentual (p.p.), era esperada pelos investidores, e entrou no radar depois da crise bancária deflagrada pelo Silicon Valley Bank (SVB) há duas semanas. 

Apesar de esperada, a sinalização do presidente do Fed, Jerome Powell, de que cortes de juros ainda não estão no radar manteve as bolsas americanas no negativo.

Já aqui no Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central será divulgada após o fechamento do mercado. Os agentes de mercado esperam que a Selic seja mantida no patamar atual de 13,75% ao ano. 

Por um lado, a inflação continua alta, com o IPCA subindo 0,84% em fevereiro – acima das expectativas dos analistas. De outro, o mercado já observa dificuldades causadas pelos juros altos, argumento que ganha ainda mais força com os ventos externos de turbulência após a falência do SVB. Somadas as pressões para elevar ou cortar os juros, o resultado deve ser neutro, estimam os analistas.

Para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, como não há projeção de mudança da Selic, a expectativa em torno do Copom é de que o Banco Central fale alguma coisa sobre a desaceleração da atividade econômica, já que os dados de janeiro e fevereiro vieram ruins. Também é esperada alguma menção para o agravamento do mercado de crédito corporativo no país.

"Essas duas novidades são suficientes para começar a sinalizar corte juros", diz ele, ponderando que, sim, a inflação ainda está pressionada, mas é preciso pesar possíveis crises de crédito e recessão. "Algo parecido acontece nos Estados Unidos", acrescenta.

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À espera do arcabouço fiscal

O arcabouço fiscal, que foi fonte de ansiedade de todo o mercado nos últimos dias, continuará, por enquanto, como expectativa, dado que o presidente Lula afirmou que as novas regras fiscais deverão ser apresentadas apenas após a volta de sua viagem à China. No entanto, esse é mais um elemento esperado para ajudar a melhor o ambiente fiscal e levar à redução dos juros.

No evento Melhores do Mercado 2022, promovido pela EXAME, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, indicou que a receptividade do plano tem sido adequada e afirmou que o objetivo é que o novo arcabouço seja algo "crível para a sociedade e traga estabilidade ao mercado", permitindo crescimento de investimentos bem como a realização da agenda de políticas sociais.

Balanços derrubam ações

O mercado digere as notícias corporativas, em especial os resultados das companhias divulgados na noite anterior. A Vibra (VBBR3), dona da rede de postos de gasolina BR, caiu mais de 4% após reportar queda de 45% no lucro líquido do quarto trimestre. 

Já a processadora de proteínas JBS (JBSS3) também caiu na bolsa após trimestre desafiador, com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, um recuo de 63,7% ante mesmo período de 2021.

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Que horas fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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