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Healthtech Lincon reposiciona modelo de negócio e cresce 300% em cinco meses

A Lincon, startup com foco em pacientes crônicos, criou uma nova divisão do negócio, hoje responsável por 80% do faturamento

Os sócios Jose Gutiérrez, Victor Navarrete e Sulivan Santiago, da Lincon: devemos chegar ao breakeven no quarto trimestre (Lincon/Divulgação)

Os sócios Jose Gutiérrez, Victor Navarrete e Sulivan Santiago, da Lincon: devemos chegar ao breakeven no quarto trimestre (Lincon/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 30 de maio de 2023 às 08h01.

Última atualização em 30 de maio de 2023 às 10h29.

healthtech Lincon descobriu uma avenida de crescimento que se transformou nos últimos meses no seu principal negócio e está fazendo com a empresa se reposicione no mercado como uma provedora de tecnologia para saúde. A startup foi lançada em 2021 com a proposta de disponibilizar, via aplicativo, o acesso à chamada Terapia Digital Personalizada (TDP), um conjunto de protocolos que permite ao usuário ter uma melhor saúde e qualidade de vida.

O monitoramento à distância e focado em pacientes com doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade e ainda questões relacionadas à perda de peso e à saúde mental era o centro do negócio.

Com o apoio do app, a equipe médica multidisciplinar da startup acompanha a evolução dos pacientes e cuida para que se mantenham engajado nas atividades físicas, dieta saudável e com os exames e consultas. Na prática, a ideia é: quanto mais engajado no processo, menos o paciente baterá à porte de um hospital ou pronto-socorro.

O modelo tinha como alvo inicial os departamentos de Recursos Humanos das empresas e o serviço entrava como o benefício aos funcionários. Companhias como Panvel, Malwee e Logcomex adotaram a solução da startup.

O que mudou nos últimos meses

Ao longo desses primeiros meses de vida, os fundadores da Lincon perceberam que poderiam criar uma outra divisão dos negócios, oferecendo a tecnologia construída em casa como uma plataforma white label para que operadores de saúde possam usar e acompanhar os seus pacientes.

Desde janeiro, período em que uma nova frente foi apresentada ao mercado, a startup tem uma nova realidade. A Lincon cresceu 300% em pouco menos de cinco meses em faturamento e o novo braço já responde por 80% de todo o negócio e 90% das 10.000 vidas contratadas são da base dos novos clientes. A empresa não abre o faturamento.

O rápido crescimento da oferta da ferramenta no modelo SAAS foi puxado pela adesão de grandes marcas, entre eles Dr. Consulta, EMS e Amparo Saúde. E ainda a Siemens, que passou a oferecer o serviço embutido em sua solução de saúde também em outros países da América Latina.

O objetivo da operação continua o mesmo, uma atuação preventiva de monitoramento e que analisa os dados do paciente continuamente para que ele não chegue na unidade médica apenas quando já está em situação crítica.

Só que no modelo SAAS (software como serviço) quem faz todo o acompanhamento é a equipe dos hospitais ou dos operadores de saúde. E, para fazer o serviço girar, a Lincon cuida do processo de adequação dos times do cliente à nova metodologia de trabalho.

Para a Lincon, o modelo, baseado em assinatura e na quantidade de vidas sob cuidado, tem o potencial de tornar o negócio mais escalável e apresenta maiores ganhos de margem. Para hospitais e operadores, o acompanhamento pode reduzir custos com internações e hospitalizações.

“A gestão de cuidado é vista como uma das maneiras para evitar que esse é alto custo e a inflação médica”, afirma Victor Navarrete, cofundador e CEO da Lincon. O profissional foi sócio da ACE e CEO da Cortex, antes de criar a startup ao lado de Sulivan Santiago e Jose Gutiérrez, também com passagens pela ACE.

A inflação da saúde para este ano é estimada em 14,8% no Brasil, após registrar 15,9% no ano passado, de acordo com dados da pesquisa Global Medical Trends, da companhia de seguros WTW.

Quais os próximos passos da healthtech

Com a rápida mudança de cenário, a Lincon prevê que chegará ao breakeven no quarto trimestre deste ano, mantidas as condições de crescimento. E deve usar o momento para ir atrás de novo capital.

“A gente pensa numa rodada não para sobrevivência, mas para poder crescer o modelo e investir não só em tecnologia, mas em equipe de vendas e em outros canais de distribuição”, afirma Navarrete. O valor estimado fica entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões.

Desde que começou a operar, a startup captou R$ 2 milhões. Os valores vieram da Kria, plataforma de equity crowdfunding, dos Lifecapital e MG Tech e do CVC da Panvel.

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