Invest

O que esperar do balanço de Tesla? Empresa divulga nesta terça

Montadora de Elon Musk está sob pressão após números ruins no trimestre e concorrência chinesa

Os papéis da montadora caíram mais 3,4% na segunda-feira, tendo seu pior valor em 15 meses (Chesnot/Getty Images)

Os papéis da montadora caíram mais 3,4% na segunda-feira, tendo seu pior valor em 15 meses (Chesnot/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 23 de abril de 2024 às 06h06.

Última atualização em 23 de abril de 2024 às 14h28.

Tudo sobreTesla
Saiba mais

A Tesla está tendo um 2024 muito difícil, mas esta terça-feira, 23, pode ser a chance de Elon Musk mudar a situação de sua empresa de veículos elétricos. As informações são do Quartz.

A montadora divulga seus lucros do primeiro trimestre após o fechamento dos mercados. Depois, fará uma call com analistas liderada por Musk, o CFO Vaibhav Taneja e Martin Viecha, chefe de relações com investidores da empresa.

A companhia do bilionário sul-africano precisa lidar com a desaceleração do crescimento das vendas de veículos elétricos e garantir aos investidores que será capaz de se recuperar depois de uma queda nas vendas nos primeiros três meses do ano - a primeira vez que isso aconteceu desde 2020. Depois das demissões anunciadas por Musk, os investidores estão preocupados com a ascensão dos rivais BYD e Xiaomi, que introduziram modelos mais baratos. Musk já suspendeu o projeto de lançar um Tesla mais "popular".

A empresa está se preparando para o que Musk chamou de "a próxima fase de crescimento", que provavelmente enfatiza os veículos autônomos; "ir com tudo para a autonomia é um movimento óbvio", disse o CEO da Tesla na semana passada.

Sendo um termômetro do momento ruim da empresa, as ações da Tesla atingiram uma nova baixa na sexta-feira (a pior em um ano), caindo para US$ 146,54 por ação. As ações caíram mais de 40% em 2024, tornando a Tesla uma das empresas com pior desempenho no S&P 500. Os papéis da montadora de elétricos caíram mais 3,4% na segunda-feira, US$ 142,05 por ação - o pior valor em 15 meses.

Os próximos passos da Tesla

Quais seriam as próximas estratégias de Elon Musk para a Tesla tentar reverter o momento ruim? Uma delas é se estabelecer na Índia. Entretanto, por causa da alta carga tributária, o plano foi adiado. Porém, com o forte lobby da empresa, as conversas avançaram.

Nova Déli permitirá que empresas estrangeiras de veículos elétricos importem até 8.000 unidades por ano com uma alíquota de 15%, bem abaixo dos atuais 70%. As montadoras deverão investir pelo menos US$ 500 milhões e iniciar a fabricação nacional em três anos para se qualificar para a nova alíquota.

No domingo, esperava-se que Musk viajasse para a Índia para se reunir com o primeiro-ministro Narendra Modi pela primeira vez desde junho de 2023, onde ele deveria anunciar um investimento de US$ 2 bilhões no país. A reunião, porém teve que ser adiado pelo bilionário.

Outro lugar que Musk olha com atenção é o México.

O presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador anunciou pela primeira vez os planos da Tesla para uma fábrica gigante em Nuevo Leone em fevereiro passado. A construção, no entanto, foi adiada devido às preocupações de Musk com a economia global e a vários atrasos na obtenção de licenças.

Então, em fevereiro - depois que as licenças foram aprovadas e US$ 135 milhões em incentivos foram garantidos - o governador de Nuevo Leone pediu à Tesla que começasse a trabalhar na fábrica em março. A produção não deve começar até 2026 ou 2027, de acordo com alguns fornecedores da Tesla, o que pode forçá-los a ajustar seus planos. Coletivamente, a Tesla e seus fornecedores pretendem investir US$ 15 bilhões na fábrica até o final de 2025.

Acompanhe tudo sobre:Elon MuskTeslaCarros elétricos

Mais de Invest

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio