Inteligência Artificial

O turbulento 2025 da Meta em IA: os desafios internos que tornaram o próximo ano em decisivo

Após um 2025 marcado por desafios internos e dezenas de bilhões em investimentos, a Meta enfrenta um 2026 decisivo em sua busca pela consolidação na corrida da inteligência artificial

Mark Zuckerberg: CEO da Meta (Getty Images)

Mark Zuckerberg: CEO da Meta (Getty Images)

Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 14h11.

Última atualização em 17 de dezembro de 2025 às 14h59.

Ao longo dos últimos cerca de seis meses, a agressiva guinada da Meta e seu CEO, Mark Zuckerberg, em inteligência artificial gerou tanto movimentações ousadas quanto uma crescente turbulência interna, deixando funcionários e investidores preocupados.

Após o desempenho abaixo do esperado do modelo Llama 4, lançado em abril, a busca de Mark Zuckerberg para reposicionar a empresa como líder em IA envolveu dezenas de bilhões de dólares em investimentos, incluindo aquisições de talentos e infraestrutura.

No entanto, a velocidade e a amplitude dessa transformação casaram desorganização dentro da companhia, com reestruturações frequentes, demissões e mudanças executivas que resultaram em um dos ambientes mais instáveis dos 20 anos de existência da empresa.

A ambição de Zuckerberg de criar uma “superinteligência” – equivalente à inteligência artificial geral (AGI), capaz de realizar todas as tarefas intelectuais de maneira similar aos humanos – levou a uma grande onda de contratação de talentos de rivais como OpenAI, Google e Apple, com pacotes de compensação e bônus que chegaram a US$ 100 milhões.

Com isso, a cultura interna da Meta foi abalada, gerando divisões entre as equipes de pesquisa e relatos de desorganização nos processos. Até Alexandr Wang, contratado para liderar o desenvolvimento de IA na empresa, tem entrado em confronto com o estilo de liderança microgerenciadora de Zuckerberg, segundo o Financial Times.

Ao mesmo tempo, o jovem de 28 anos, recrutado a peso de ouro, é questionado por sua falta de experiência em gerência numa grande corporação. Enquanto isso, a startup que fundou, a Scale AI, também passa por uma crise.

Preocupações internas e externas

Nesse cenário, funcionários têm expressado preocupação com a falta de alinhamento e estabilidade. A situação se agrava com a saída de nomes de peso, como Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, que deixou a empresa devido à insatisfação com a direção adotada e os cortes em sua pesquisa. LeCun, por sua vez, vai lançar uma nova iniciativa voltada à IA. Outros nomes, incluindo recém-contratados, também deixaram a Meta.

Do ponto de vista externo, investidores têm demonstrado crescente ceticismo. O pesado investimento em infraestrutura de IA, incluindo a construção de gigantescos data centers, gera preocupações sobre a saúde financeira da empresa.

Analistas temem que o alto gasto, projetado para superar US$ 100 bilhões em 2026 (em 2024, foram US$ 39 bilhões; em 2025, pelo menos US$ 70 bilhões), possa prejudicar os resultados financeiros e corroer ainda mais a rentabilidade. Com o aumento da dívida para financiar a expansão, investidores questionam a capacidade da empresa de integrar e monetizar a IA em seus negócios de redes sociais, além dos já existentes e populares óculos inteligentes.

2026

Assim, à medida que 2026 se aproxima, as ambições da Meta em IA estão em jogo. O sucesso da empresa dependerá da sua capacidade de integrar a IA aos seus produtos de mídia social, manter a estabilidade interna e reconquistar a confiança dos investidores.

Segundo o Financial Times, a Meta pretende que seu futuro modelo de IA, chamado internamente de “Avocado”, tenha desempenho similar ao Gemini 2.5 no lançamento, alcançando o Gemini 3 na metade do ano. Os modelos do Google foram lançados em março e novembro deste ano, respectivamente. A última versão foi considerada por muitos superior ao ChatGPT, da OpenAI.

Ainda não se sabe se o “Avocado” será de código aberto, como a família Llama, ou adotará uma abordagem proprietária, que é a preferência de Wang.

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