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Pesquisadores estimam que coronavírus esteja circulando até setembro
O novo relatório traz a assinatura do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e recomenda isolamento social para conter a pandemia de covid-19
Lucas Agrela
Publicado em 7 de abril de 2020 às 02h00.
Última atualização em 7 de abril de 2020 às 02h00.
Um novo relatório técnico feito por pesquisadores brasileiros estima que o novo coronavírus , causador da doença chamada covid-19, tem risco de estar circulando no Brasil até o mês de setembro deste ano. O documento é assinado por pesquisadores do Ministério da Saúde , da Universidade do Mato Grosso do Sul, da Universidade do Estado do Amazonas, da Fundação Oswaldo Cruz e da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado. O relatório foi publicado nesta terça-feira (7), na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
“Vários modelos matemáticos mostraram que o vírus estará potencialmente circulando até meados de setembro, com um pico importante de casos em abril e maio”, escrevem os autores. “Assim, existem preocupações quanto à disponibilidade de unidades de terapia intensiva (UTI) e ventiladores mecânicos necessários para pacientes hospitalizados com Covid-19, bem como a disponibilidade de testes diagnósticos específicos.”
O aumento de casos da covid-19 no Brasil é esperado a despeito das medidas de isolamento social tomadas por governos estaduais para conter o avanço do vírus, o que mostra que o cenário de contágio seria pior sem uma quarentena, como indicou um estudo feito pela Imperial College, de Londres.
O novo estudo, assinado entre outros pelo ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, fala sobre a importância da quarentena. “Se o distanciamento social for eficaz limitando o acesso do público apenas a serviços essenciais, o impacto econômico pode ser mitigado enquanto a epidemia é controlada”, segundo os autores.
O documento cita um possível aumento de casos de covid-19 durante o inverno, com temperaturas mais baixas e ar mais seco nos próximos meses. O texto aborda ainda a composição da população brasileira, formada principalmente por jovens adultos, entre os quais muitos possuem comorbidades como obesidade, diabetes, hipertensão, HIV, tuberculose, entre outros. Esses fatores colocam essas pessoas em risco maior do que as saudáveis, caso haja contágio da covid-19.
Uso de máscaras
O relatório técnico também aborda o uso de máscaras para conter a propagação do novo coronavírus. Os autores afirmam que o hábito comum em países asiáticos de usar máscaras pode ser decisivo na evolução de pandemias e deve ser algo considerado em ciências sociais.
Contexto global
No mundo, mais de um milhão de pessoas foram contagiadas pelo novo vírus, além de alguns animais, como gatos, leões e tigres. O número de mortes humanas no mundo já é de mais de 70 mil, de acordo com dados compilados pela Universidade Jonhs Hopkins. A quantidade de pessoas curadas da covid-19, no entanto, já é maior e está perto de 300 mil. Ainda não há vacina ou tratamento clinicamente aprovados que comprovadamente sejam eficientes e seguros para a covid-19, ainda que avanços tenham ocorrido com alguns medicamentos em laboratório.Fonte: Agência Bori