Lula: Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade (TIMOTHY A. CLARY/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de novembro de 2023 às 12h06.
Última atualização em 22 de novembro de 2023 às 12h10.
Em uma reunião de cúpula virtual do G20 (grupo que reúne as maiores economias do mundo), nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o acordo anunciado por Israel, que envolve a libertação de reféns, mulheres e crianças, em troca de uma trégua temporária de quatro dias e a libertação de prisioneiros palestinos. Lula afirmou esperar que a medida contribua para uma solução pacífica entre os israelenses e o Hamas.
— Espero que esse acordo possa retomar um caminho para o fim do conflito e retomada de conversas de paz entre Israel e Palestina. Por meio do diálogo temos que recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade — afirmou.Lula defendeu o diálogo na solução de conflitos. Ressaltou que é preciso vontade politica entre os governante dos países e organismos internacionais.
— Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade — disse ele.
Na última terça-feira, os sul-africanos convocaram os líderes do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para uma reunião virtual de emergência. O objetivo era discutir a situação na Faixa de Gaza, causada pelo conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas.
Lula voltou a criticar os israelenses, por causa da morte de civis palestinos. E alertou para o risco de a guerra se expandir para outros países da região.
O Brasil assumirá, em 1º de dezembro, a presidência do G20, com o desafio de emplacar as prioridades da política externa de Lula da Silva nos debates entre os líderes das maiores economias do planeta.
— A partir do dia 1º de dezembro divulgaremos o calendário e as notas conceituais que orientarão os trabalhos nas várias instâncias do G20 — anunciou o presidente aos líderes do grupo.
A presidência do Brasil terá mandato de um ano, que terminará com um encontro de líderes do bloco em novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Antes disso, haverá centenas de reuniões ministeriais, técnicas e envolvendo representantes da sociedade civil em várias cidades brasileiras.
O Brasil trabalhará com três pilares até novembro de 2024, quando passará a presidência do bloco para a África do Sul: combate a fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável a partir da harmonização entre meio ambiente, economia e políticas sociais; e governança global, que, na visão de Lula, não atende às necessidades das nações em desenvolvimento.
— Estamos criando duas forças-tarefa, uma contra a fome a desigualdade e outra contra a mudança do clima . Também lançaremos uma iniciativa para a bioeconomia — disse o presidente, que receberá no dia 13, em Brasília, representantes das áreas política e financeira do bloco.
Na presidência do G20, a diplomacia brasileira terá de demonstrar capacidade de construir consensos em torno das soluções, em um mundo polarizado entre Estados Unidos e China e com conflitos que atingem regiões importantes,, como o Leste Europeu (Ucrânia x Rússia) e Oriente Médio (Israel x Hamas).
O Brasil defende que instituições multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, deem prioridade às necessidades das nações em desenvolvimento, sobretudo na área de infraestrutura, e estudem formas de renegociação de dívidas de países em dificuldades, como a Argentina. O fim do estado de paralisia da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que hoje conta com apenas cinco países como membros permanentes e com direito a veto — Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia — também estão na pauta.
O lema da presidência brasileira é "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável". Segundo Lula, a ideia é buscar resultados concretos, que gerem benefícios para os mais pobres e vulneráveis.
Jovens, mulheres, trabalhadores, empresários, povos indígenas, parlamentares, cientistas, acadêmicos e representantes de todos os outros grupos vulneráveis precisam ser ouvidos como artíficies e beneficiários do desenvolvimento sustentável — ressaltou Lula.