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Qual será o futuro da Tesla (TSLA34)? Para Musk, a direção autônoma e uma nova fábrica

Discursando em uma conferência na Noruega, Musk explicou quais serão os próximos passos para a montadora

Elon Musk, CEO da Tesla (TSLA34) (Patrick Pleul/Getty Images)

Elon Musk, CEO da Tesla (TSLA34) (Patrick Pleul/Getty Images)

"O mundo ainda precisa de petróleo e gás". Uma frase como essa não surpreenderia se fosse pronunciada pelo CEO de uma companhia petrolífera. Entretanto, foi parte do discurso de Elon Musk, CEO da Tesla (TSLA34), a maior produtora de carros elétricos do mundo. E surpreendeu.

Até pelo fato de ter sido pronunciada durante uma conferência sobre a energia na Noruega. Onde Musk delineou o cenário futuro para o mercado automotivo mundial e explicou quais serão as próximas decisões de investimento da Tesla.

"Realisticamente, acho que precisamos usar petróleo e gás no curto prazo, porque senão a civilização desmorona", disse Musk. "Isso levará algumas décadas para ser concluído". Entretanto, ele continua acreditando que o futuro será dos carros elétricos, e essa certeza está norteando a estratégia de investimentos da Tesla.

Para o bilionário sul-africano, as futuras diretrizes de desenvolvimento da marca serão direção autônoma e a construção de uma nova fábrica.

Ano complicado para a Tesla (TSLA34)

Em 2022 a montadora de carros elétricos enfrentou uma série de dificuldades. Desde a interrupção da produção na fábrica de Xangai, na China, devido aos lockdowns impostos pelo governo chinês para manter sob controle o surto do novo coronavírus (Covid-19), até a suspensão da produção na fábrica de Berlim, na Alemanha, por causa de algumas operações de manutenção.

Além disso, Musk se envolveu em um imbroglio com o Twitter (TWTR34), após ter apresentado uma proposta formal de compra por US$ 44 bilhões, mas ter desistido após algumas semanas, acabando processado pela rede social que pretende o cumprimento integral do contrato.

Musk chegou a vender algumas ações da Tesla para juntar o dinheiro necessário para pagar a eventual condenação que poderia sofrer se a corte do Delaware o considerar responsável no procedimento judiciário.

Esse obstáculos se juntaram ao vento baixista que está assoprando em Wall Street há meses, gerando impactos negativos no valor do papel na Nasdaq.

Desde o começo do ano, a ação da Tesla perdeu 28,78%, chegando até a recuperar em relação a março, quando estava caindo 40%.

Sequer o desdobramento de ações na proporção de 5 para 1 conseguiu animar o mercado, com os papéis da Tesla que continuaram caindo os pregões após a operação.

Por causa do mercado "urso", a montadora de carros elétricos saiu do exclusivo grupo das empresas com valor de mercado superior ao trilhão de dólares, que reúne gigantes do calibre de:

  • Apple (AAPL34);
  • Aramco;
  • Amazon (AMZO34);
  • Alphabet (GOOGL34);
  • Microsoft (MSFT34);

Atualmente, o valor de mercado da Tesla é de US$ 880 bilhões.

Grandes planos, porém pouco claros

No evento na Noruega, Musk disse que o principal projeto da Tesla continua sendo a pesquisa pela condução autônoma.

O CEO reiterou que o objetivo é deixar a tecnologia de condução autônoma da Tesla pronta até o final do ano, nos Estados Unidos e também na Europa.

"As duas tecnologias em que estou focando, tentando realizá-las idealmente até o final de no ano, são a colocação em órbita de nossa nave espacial (SpaceX Starship) e, em seguida, os carros autônomos da Tesla", disse Musk, acrescentando que os veículos com "condução autônoma estarão disponível pelo menos nos Estados Unidos e potencialmente na Europa , dependendo da aprovação regulatória".

Ainda durante o evento na Noruega, o executivo anunciou que até ao final do ano a empresa vai construir uma nova planta para a produção de carros elétricos (gigafactory).

Após as plantas de Xangai e Berlim, a nova fábrica poderia surgir no Canadá, mas Musk não forneceu informações claras sobre o assunto.

A construção da nova fábrica faz parte da visão otimista do CEO sobre o mercado mundial de carros elétricos.

Segundo Musk, quase metade de todos os veículos vendidos no mundo até 2030 serão elétricos, com essa porcentagem subindo para 85% até 2035. É por isso que a Tesla precisa de novas instalações de fabricação.

A Tesla informou há poucas semanas que espera que as entregas de 2022 aumentem em 50% em relação aos níveis de 2021, implicando uma meta de 1,4 milhão de veículos vendidos.

De acordo com Zachary Kirkhorn, CFO da Tesla, esse objetivo se tornou "mais difícil", considerando as dificuldades da conjuntura econômica, "mas continua sendo possível."

O mercado continua observando se os restantes 4 meses de 2022 serão de mais luzes do que sombras para a Tesla.

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