Na agenda corporativa desta quarta-feira, também estão a continuidade da temporada de balanços. Entre as empresas que divulgam resultados estão Americanas, Banco do Brasil, Casas Bahia, Moura Dubeux, Multilaser e Ultrapar.
O principal índice acionário do mercado brasileiro teve ligeira queda de 0,07% e fechou aos 157.632 pontos (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Redação Exame
Publicado em 12 de novembro de 2025 às 13h00.
Última atualização em 12 de novembro de 2025 às 18h32.
Após 15 altas seguidas e 12 recordes consecutivos de fechamento, o Ibovespa interrompeu o rali nesta quarta-feira, 12, e encerrou o dia praticamente estável, com ligeira queda de 0,07%. O principal índice acionário do mercado brasileiro chegou a abrir em leve alta e recuar ao longo do pregão, registrando mínima de 156.559 pontos e máxima intraday de 158.133 pontos, antes de fechar em 157.632.
A Bolsa foi pressionada pelas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), de peso no índice. Os papéis ordinários e preferenciais recuaram 2,85% e 2,41%, respectivamente, acompanhando a desvalorização dos preços do petróleo no mercado internacional após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) sinalizar ampla oferta à frente.
As ações do setor bancário também caíram, com exceção de BTG e Santander, enquanto Vale (VALE3), também de peso no Ibovespa, impediu uma queda ainda maior com alta de 1,23%.
No cenário doméstico, o foco do mercado esteve nas sinalizações sobre o momento em que o Banco Central poderá iniciar a redução da taxa básica de juros, a Selic.
As declarações do presidente Gabriel Galípolo ganharam destaque ao longo do dia, especialmente por não confirmarem as apostas de um corte antecipado, o que contribuiu para a realização de lucros no Ibovespa após a longa sequência de altas.
Pela manhã, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçou que o compromisso da autoridade monetária com a persecução da meta de inflação de 3% mesmo em meio a pressões políticas e de setores da sociedade.
Galípolo também afirmou que as comunicações não significam os próximos passos do BC, que deve manter a taxa de juros em patamar restritivo por mais tempo. "Nossas comunicações e ações se baseiam em fatos e em dados. Portanto, se alguém entendeu que alguma declaração nossa foi um sinal sobre o que o BC pode vir a fazer no futuro, entendeu errado", disse durante coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira.
Durante a tarde, em um evento promovido pelo Bradesco Asset Management, a autoridade monetária reforçou que não tinha intenção de dar "qualquer tipo de sinal" em suas declarações sobre o rumo da política monetária.
"Galípolo foi bem hawkish, mantendo o tom que ele sempre adotou, e acredito que o mercado tenha se antecipado um pouco mais e deu uma realizada hoje por conta disso", afirmou Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora.
Já no cenário externo, os investidores acompanham a reunião do Comitê de Regras da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Segundo a imprensa local, deve avançar o projeto de financiamento do governo. Na última segunda-feira, 10, o Senado aprovou um acordo que encerra o shutdown, a paralisação dos serviços públicos. A expectativa dos investidores é pelo fim do shutdown.
Nos EUA, Microsoft e a Google, controlada da Alphabet, anunciaram investimentos da ordem US$ 16 bilhões na Europa. Os aportes serão direcionados para a expansão da infraestrutura de inteligência artificial na região, ação que pode repercutir na abertura dos mercados.