(Germano Lüders/Exame)
Publicado em 5 de junho de 2023 às 09h28.
Última atualização em 5 de junho de 2023 às 17h29.
Depois de seis semanas de alta consecutivas, o Ibovespa teve um pregão de ressaca nesta segunda-feira, 5. O principal índice da B3 passou boa parte do dia em terreno negativo, mas virou para alta no final do pregão e subiu 0,1%, aos 112.696 pontos.
Quem segurou a alta do Ibovespa foi o mercado internacional. Os principais índices americanos encerraram o dia em queda depois do rali da última semana patrocinado pela Nvidia, com a corrida dos investidores por ações de inteligência artificial.
O mercado dos Estados Unidos ensaiou uma nova alta apoiado na Apple, que hoje chegou a ser o maior preço da história na máxima intradia em meio à Conferência Mundial de Desenvolvedores da Apple (WWDC, na sigla em inglês). Ao longo do dia, no entanto, o papel virou para queda, ajudando os índices americanos a se manterem no negativo.
Apesar da maior cautela em bolsas exterior, a Petrobras avançou hoje junto com a valorização do petróleo. A commodity reagiu à decisão tomada no final pela Arábia Saudita em reduzir a produção em 1 milhão de barris, o que impacta positivamente os preços.
Apesar de a bolsa não ter conseguido acompanhar, os juros futuros caíram hoje de olho em uma fala do diretor do Banco Central, Mauricio Moura. "Assim que as condições permitirem [a Selic] vai cair", disse Moura em live realizada pelo BC. A taxa básica de juros, a Selic, está atualmente no patamar de 13,75% ao ano.
A fala se somou às perspectivas mais positivas vindas do boletim Focus. O relatório que reúne expectativas de economistas mostrou uma revisão do PIB para este ano, que passou de 1,26% para 1,68%, já incorporando o resultado do primeiro trimestre apresentado na semana passada.
"Cria-se um cenário de crescimento mais forte e inflação convergindo no Brasil, o que é muito bom. Temos um cenário bastante positivo para a economia brasileira nos próximos meses", disse, em morning call, Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
O cenário se refletiu também no desempenho do real. O dólar comercial caiu 0,5% hoje, e fechou o dia na casa dos R$ 4,93.