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Fusão de Kroger e Albertsons, avaliada em US$ 24,6 bilhões, é barrada pela Justiça dos EUA

Decisão representa uma vitória para a FTC, que alegou riscos à concorrência e prejuízo aos consumidores.

Decisão judicial impede fusão histórica entre Kroger e Albertsons, destacando preocupações antitruste e impactos para consumidores e trabalhadores. (Getty Images)

Decisão judicial impede fusão histórica entre Kroger e Albertsons, destacando preocupações antitruste e impactos para consumidores e trabalhadores. (Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 06h29.

A proposta de fusão entre Kroger e Albertsons, avaliada em US$ 24,6 bilhões (equivalente a R$ 149,5 bilhões), foi barrada por uma juíza federal nesta terça-feira, 10, representando uma importante vitória para a Comissão Federal de Comércio (FTC). A decisão poderá encerrar o acordo que seria a maior fusão de supermercados na história dos Estados Unidos.

De acordo com a Business Insider, a juíza distrital Adrienne Nelson, de Oregon, concordou com os argumentos da FTC de que a fusão violaria as leis antitruste, reduzindo a concorrência no mercado de alimentos e prejudicando os consumidores americanos. A decisão destacou que a concentração de mercado resultante da fusão enfraqueceria a competição e potencialmente levaria ao aumento de preços para os consumidores e à redução de salários para os trabalhadores do setor.

Em comunicado à imprensa, Kroger e Albertsons expressaram sua decepção com a decisão judicial. As empresas afirmaram que a fusão traria benefícios significativos para consumidores, funcionários e para a dinâmica competitiva do setor.

"Acreditamos ter demonstrado claramente durante o processo como a fusão proposta expandiria a competição, reduziria preços, aumentaria salários e melhoraria a experiência de compra dos clientes", declarou a Albertsons. Kroger, por sua vez, reiterou que sua proposta de fusão foi elaborada para atender ao interesse de todas as partes envolvidas, em um mercado de varejo de alimentos que passa por rápidas mudanças.

Oposição da FTC e argumentos contrários

A FTC alegou que a fusão entre as duas gigantes dos supermercados criaria monopólios locais em centenas de comunidades, o que tornaria o acordo presumivelmente ilegal sob as leis antitruste. A agência argumentou ainda que a redução da concorrência resultaria em preços mais altos para os consumidores e condições de trabalho menos favoráveis para os funcionários.

"Kroger e Albertsons são duas das maiores redes de supermercados em milhares de comunidades nos Estados Unidos", afirmou a FTC em sua ação. "Em centenas dessas comunidades, a fusão proposta criaria um único supermercado com participação de mercado tão alta que seria presumivelmente ilegal."

As empresas, por outro lado, defenderam que a fusão permitiria à Kroger competir mais efetivamente com gigantes do varejo como Walmart, Costco e Amazon. Elas também argumentaram que os consumidores poderiam se beneficiar de preços mais baixos em algumas localidades, já que as lojas da Albertsons têm preços mais altos, em média, do que as da Kroger.

Próximos passos e impacto para as partes envolvidas

Após a decisão judicial, as empresas afirmaram que estão avaliando suas opções, mas reconhecem que o futuro do acordo é incerto. Durante o processo, advogados das empresas haviam indicado que a fusão seria encerrada caso a decisão fosse contrária. "Essa fusão não ocorrerá enquanto esta liminar estiver em vigor", afirmou Matthew Wolf, advogado da Kroger, durante o julgamento.

Além de representar um marco significativo no setor de supermercados, a decisão também reforça a posição da presidente da FTC, Lina Khan, conhecida por sua postura agressiva contra grandes corporações em casos antitruste.

Repercussão e desdobramentos

A decisão destaca os desafios enfrentados pelas empresas que buscam expandir por meio de grandes fusões em um ambiente de crescente escrutínio regulatório. A Kroger e a Albertsons, juntas, pretendiam consolidar suas operações para enfrentar a concorrência acirrada e capitalizar sobre sinergias operacionais.

Por outro lado, a decisão judicial reflete o compromisso das autoridades regulatórias dos EUA em preservar a concorrência e proteger os consumidores. Caso a fusão seja definitivamente encerrada, ambas as empresas precisarão reavaliar suas estratégias de crescimento e adaptação no mercado de varejo de alimentos.

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