(vinnstock/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 18 de junho de 2024 às 11h03.
Última atualização em 25 de junho de 2024 às 11h03.
Até mesmo os investidores mais arrojados devem ter parte do seu dinheiro investido em aplicações de renda fixa. Como o próprio nome sugere, os investimentos dessa classe têm rendimento fixo e por isso apresentam menos volatilidade.
Tudo que você precisa saber sobre renda fixa! Baixe o e-book gratuito criado
Neste artigo você vai entender o que são as aplicações de renda fixa e quais são os indicadores que influenciam o retorno desses investimentos.
Renda Fixa é um investimento com regras de remuneração definidas no momento da aplicação. É recomendada para quem busca um risco menor de perdas e funciona como um "empréstimo" ao contrário.
Vamos explicar: o investidor entrega seu dinheiro para o emissor do título de renda fixa e, em troca, recebe uma rentabilidade determinada. O investimento renda fixa é ideal para quem tem um perfil mais conservador.
Quando o investidor compra um título de renda fixa, está emprestando dinheiro ao emissor do papel, que pode ser uma empresa, um banco ou o governo. Em troca, receberá seu dinheiro corrigido por uma taxa de juros no prazo determinado.
Por exemplo: no CDB, que é um título de dívida bancário, é como se o investidor estivesse emprestando dinheiro para o banco.
O investidor que compra um título de renda fixa recebe em troca uma rentabilidade pré-determinada, que pode ser definida de três formas: pós-fixada, pré-fixada ou híbrida.
Na modalidade pós-fixada, a rentabilidade será paga em um percentual de algum indexador, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), a taxa básica de juros (Selic) ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Por exemplo, um CDB que pague o equivalente a 100% do CDI vai render exatamente a variação do CDI no período previsto para o investimento.
Na versão prefixada, a rentabilidade total do investimento é definida no momento da aplicação. Por exemplo: um CDB prefixado com rentabilidade anual de 5% vai pagar exatamente esse percentual, mesmo que os indicadores (Selic, CDI e IPCA) subam ou caiam no período.
Existem ainda os investimentos híbridos, que usam tanto uma taxa atrelada a algum indexador como um percentual prefixado. É o caso do Tesouro IPCA+, um dos títulos do Tesouro Direto.
Renda Fixa e Renda Variável são categorias de investimentos com características distintas. Renda Fixa refere-se a investimentos que oferecem retornos previsíveis e pré-determinados.
Exemplos comuns incluem títulos do governo, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e debêntures. Esses investimentos são considerados menos arriscados, pois o investidor sabe de antemão quanto receberá ao final do período.
Renda Variável, por outro lado, abrange investimentos cujo retorno não pode ser previsto com precisão. Exemplos incluem ações, fundos imobiliários e derivativos. O desempenho desses ativos depende de fatores de mercado, como desempenho da empresa, condições econômicas e outras variáveis externas.
Embora ofereçam maior potencial de retorno, também apresentam maior risco, podendo resultar em perdas significativas.
Renda fixa e renda variável também possuem diferentes perfis de investidor. Renda Fixa é mais adequada para investidores conservadores que buscam segurança e estabilidade, enquanto Renda Variável é ideal para aqueles que estão dispostos a assumir maiores riscos em busca de retornos superiores.
Existem diversos tipos de investimentos classificados como renda fixa. Cada aplicação possui uma característica específica, por isso é muito importante que o investidor entenda as condições de liquidez (prazo de resgate), volatilidade e rendimento de cada título.
É possível, por exemplo, encontrar produtos de uma mesma categoria com condições completamente diversas. Veja abaixo os principais negociados no mercado e decida qual o melhor investimento de renda fixa para você:
Cada aplicação possui uma característica específica, por isso é muito importante que o investidor entenda as condições de liquidez (prazo de resgate), volatilidade e rendimento de cada título. É possível, por exemplo, encontrar produtos de uma mesma categoria com condições completamente diversas.
A poupança é uma forma de investimento bastante popular no Brasil devido à sua simplicidade e segurança. É oferecida por bancos e garante rendimento baseado na Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao mês ou 70% da taxa Selic, o que for menor. Uma vantagem é a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
No entanto, a rentabilidade da poupança é baixa, muitas vezes ficando abaixo da inflação, o que pode resultar em perda de poder aquisitivo ao longo do tempo.
Os títulos públicos são emitidos pelo governo federal para financiar suas atividades e projetos. Oferecem segurança, pois são garantidos pelo Tesouro Nacional.
Existem diversos tipos, como Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+, cada um com características e rendimentos diferentes. Os títulos públicos são acessíveis via Tesouro Direto, plataforma que permite investimentos com baixos valores.
Apesar da segurança, estão sujeitos à marcação a mercado, podendo apresentar variações de preço antes do vencimento.
Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos emitidos por bancos para captar recursos. Oferecem rendimento fixo, atrelado ao CDI, e são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até um limite.
Os CDBs podem ter diferentes prazos e taxas, variando de prefixados a pós-fixados. São considerados seguros, especialmente aqueles emitidos por grandes bancos.
Entretanto, possuem incidência de Imposto de Renda sobre os rendimentos, o que pode afetar a rentabilidade líquida, especialmente em investimentos de curto prazo.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) são títulos emitidos por instituições financeiras, vinculados aos setores imobiliário e agrícola, respectivamente. Oferecem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que aumenta a atratividade.
Garantidos pelo FGC, o LCI e LCA são considerados investimentos seguros. As taxas de retorno podem ser prefixadas ou pós-fixadas, geralmente atreladas ao CDI. No entanto, costumam exigir prazos de carência para resgate, o que pode reduzir a liquidez e a flexibilidade para o investidor.
Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas para financiar suas atividades e projetos. Elas oferecem rendimentos fixos ou variáveis, geralmente superiores aos títulos de Renda Fixa tradicionais devido ao maior risco associado.
Não possuem garantia do FGC, portanto, o risco de crédito depende da saúde financeira da empresa emissora. As debêntures podem oferecer benefícios fiscais, como isenção de IR em debêntures incentivadas.
Apesar do potencial de retorno mais alto, é essencial avaliar o risco de crédito da empresa e a liquidez do título.
Os principais sindicadores que influenciam o desempenho da renda fixa são: Selic, CDI e IPCA. Historicamente, Selic e CDI têm um desempenho bastante próximo, enquanto o IPCA é um indicador que reage à dinâmica dos preços do país.
Por ser baseado no custo básico do dinheiro, o CDI acompanha de perto a Selic.
Já a inflação tem uma trajetória diferente, embora os preços dos produtos impactem diretamente a política do Banco Central para a composição dos juros básicos.
Um título de renda fixa pode ser emitido por uma instituição pública ou privada, como bancos, empresas ou o governo. Portanto, a segurança de um título de renda fixa estará sempre atrelada a outras características do investimento, como os objetivos, o prazo, a rentabilidade, o risco e o seu emissor.
Alguns investimentos tradicionais em renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto, são considerados mais seguros porque o emissor é o governo. Nessa categoria, alguns são considerados mais seguros, como o Tesouro Selic, porque a rentabilidade está atrelada à taxa básica de juros, a Selic.
Por essa razão, são títulos normalmente utilizados para formar a reserva de emergência, aquele montante que deve estar à disposição para acesso imediato em caso de algum evento atípico, como uma demissão ou um conserto de carro.
Fundos de renda fixa são aqueles que devem ter uma carteira composta por, pelo menos, 80% dos seus ativos em títulos públicos ou privados de renda fixa. São fundos voltados para o investidor com perfil conservador, porque os riscos são mais baixos, mas, por outro lado, oferecem um potencial menor de retorno.
Em um fundo de renda fixa, há maior versatilidade na alocação de ativos. Além da renda fixa, outra parte do portfólio do fundo pode ser investida em ativos diversos para aumentar a rentabilidade do fundo.
Como a maior parte do patrimônio é aplicada em ativos de renda fixa, esse é um tipo de investimento que pode oferecer maior segurança e um retorno acima do CDI, um dos principais indicadores de rentabilidade para a renda fixa.
Como a Selic é a taxa básica de juros da economia, ela serve de base para diversas taxas de abrangência nacional - não só as cobradas em empréstimos e financiamentos, mas também nas taxas de retorno em aplicações financeiras, como o CDI, que é o Certificado de Depósito Interbancário.
O CDI é um mecanismo de lastro (garantia) para operações realizadas diariamente por instituições financeiras. Ele reflete diretamente o custo dos empréstimos feitos entre os bancos, e por isso costuma acompanhar de perto a própria taxa Selic.
É importante lembrar que, em tempos de Selic baixa, os investimentos de renda fixa tendem a ter rentabilidade menor.
Se o Banco Central decidir aumentar ou reduzir a Selic, o rendimento da aplicação será diferente a partir do mês em que houve a mudança na taxa básica de juros.
Existem, ainda, ativos como os títulos do Tesouro Selic que são diretamente impactados pela variação da taxa básica de juros.
Por fim, como a Selic tem relação direta com a inflação, os investidores que aplicam em títulos cujo rendimento é calculado pelo indicador oficial de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), devem observar as movimentações da taxa básica de juros.
Alguns dos investimentos indexados pelo IPCA são o Tesouro IPCA+, debêntures, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e fundos de renda fixa.
A tributação dos investimentos em renda fixa no Brasil é baseada no Imposto de Renda (IR) e no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O IR incide sobre os rendimentos obtidos e segue uma tabela regressiva, onde a alíquota diminui conforme o prazo de aplicação aumenta.
Para investimentos resgatados em até 180 dias, a alíquota é de 22,5%; entre 181 e 360 dias, 20%; entre 361 e 720 dias, 17,5%; e acima de 720 dias, 15%.
Além do IR, o IOF pode incidir sobre os rendimentos de aplicações resgatadas em menos de 30 dias. A alíquota do IOF é regressiva e decrescente diariamente, começando em 96% no primeiro dia e reduzindo até zero no 30º dia.
Os rendimentos de alguns investimentos de renda fixa, como a poupança, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), são isentos de IR para pessoas físicas, tornando-os atrativos para quem busca reduzir o impacto tributário
No caso de fundos de investimento, o IR é retido na fonte duas vezes ao ano, em maio e novembro, no chamado "come-cotas", utilizando a alíquota de 15%.
A escolha de investimentos de renda fixa deve considerar a tributação, pois ela afeta diretamente a rentabilidade líquida e o planejamento financeiro de curto e longo prazo.
A tabela regressiva de Imposto de Renda para renda fixa é um sistema que reduz a alíquota do imposto conforme o prazo de aplicação aumenta, incentivando investimentos de longo prazo. As alíquotas são:
Esse modelo de tributação regressivo busca promover a estabilidade do mercado financeiro e beneficiar investidores que mantêm suas aplicações por períodos mais longos, reduzindo o impacto do IR sobre os rendimentos.
Investir em Renda Fixa apresenta diversas vantagens. A principal é a segurança, já que esses investimentos têm retornos previsíveis e são menos suscetíveis às flutuações do mercado. Isso torna a Renda Fixa ideal para investidores conservadores ou para aqueles que buscam preservar o capital.
Além disso, muitos títulos de Renda Fixa, como os emitidos pelo governo, possuem baixo risco de inadimplência.
Outra vantagem é a diversidade de opções disponíveis, que permite ao investidor escolher entre diferentes prazos e taxas de retorno, adequando-se aos seus objetivos financeiros.
A liquidez também pode ser um ponto positivo, especialmente em investimentos como títulos públicos, que podem ser resgatados antes do vencimento.
No entanto, há desvantagens. Uma delas é o retorno geralmente menor em comparação com investimentos de Renda Variável, o que pode não ser suficiente para superar a inflação no longo prazo.
Além disso, a tributação pode afetar a rentabilidade, especialmente em investimentos de curto prazo.
Por fim, em períodos de baixa taxa de juros, os rendimentos da Renda Fixa podem ser pouco atrativos, levando o investidor a buscar alternativas com maior risco e potencial de retorno.
Quer aprender mais sobre investimentos? Conheça o Guia da EXAME Invest!