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Verão 2025: La Niña traz chuvas irregulares e risco de eventos extremos

Fenômeno favorece precipitações no Sudeste e Centro-Oeste, mas pode causar danos à infraestrutura elétrica

"A mesma chuva que ajuda a recuperar o armazenamento hidrelétrico pode comprometer a infraestrutura do setor", diz o metereologista Alexandre Nascimento (Leandro Fonseca /Exame)

"A mesma chuva que ajuda a recuperar o armazenamento hidrelétrico pode comprometer a infraestrutura do setor", diz o metereologista Alexandre Nascimento (Leandro Fonseca /Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 14h02.

O verão, que iniciou neste sábado, 21, chega sob influência do fenômeno La Niña, que deve trazer chuvas irregulares ao país, com períodos úmidos alternados com estiagem. A previsão é da consultoria meteorológica para negócios Nottus.

O padrão climático costuma favorecer as precipitações no Centro-Norte do Brasil e ajuda na recuperação dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional. Neste ano, porém, o comportamento tem sido instável.

A empresa projeta volumes mais elevados de chuva nas bacias do Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste nas próximas semanas. Segundo Alexandre Nascimento, sócio-diretor e meteorologista da Nottus, houve bons volumes de precipitação no Sudeste, Centro-Oeste e Sul — região onde costuma chover menos em anos de La Niña.

Infraestrutura vulnerável

"O La Niña favorece a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, responsável por episódios de chuva volumosa e persistente", afirma. Esse padrão eleva a vazão dos rios e os níveis dos reservatórios, mas depende da persistência das precipitações em locais estratégicos.

A intensidade fraca e a curta duração esperadas para o fenômeno reduzem o risco de seca severa no Sul. Anos com La Niña também tendem a registrar menos ondas de calor, o que deve manter as temperaturas mais amenas no país.

Risco de enchentes e deslizamentos

Apesar das perspectivas de chuva, os reservatórios podem não se recuperar totalmente. O aumento das precipitações no Centro-Norte traz riscos de enchentes, deslizamentos e quedas de barreiras, que podem interromper sistemas de transmissão e distribuição de energia.

"A mesma chuva que ajuda a recuperar o armazenamento hidrelétrico pode comprometer a infraestrutura do setor", diz Nascimento.

Nos últimos dois meses, já sob La Niña, o país registrou tornados no Paraná e em Santa Catarina, que destruíram infraestrutura elétrica, e uma tempestade de granizo em Erechim (RS).

Em 10 de dezembro, um ciclone extratropical provocou enchentes e vendavais no Sul, Sudeste e Mato Grosso do Sul, deixando quase 2 milhões de consumidores sem energia apenas na região metropolitana de São Paulo.

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