Lula e Bolsonaro: dupla vai disputar o segundo turno no dia 30 de outubro. (Foto Lula: Bloomberg / Foto Bolsonaro: Evaristo Sa/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2022 às 20h18.
Última atualização em 5 de outubro de 2022 às 20h22.
Menos de 24 horas depois do resultado do primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) saíram atrás de apoios para montar palanques locais e atrair forças nacionais em busca de votos para o segundo turno.
Lula e Bolsonaro disputarão o segundo turno da eleição presidencial, no dia 30 de outubro. Com 100% das urnas apuradas, Lula ficou com 48,43% dos votos válidos, e Bolsonaro, 43,20%, na votação do primeiro turno, realizado no domingo, 2. Simone Tebet (MDB) teve 4,16% dos votos válidos, Ciro Gomes (PDT) teve 3,04%. Votos nulos e brancos somaram 4,20%.
No campo de apoios, o presidente Bolsonaro está em uma situação melhor porque conseguiu montar palanque nos três maiores colégios eleitorais do país, além dos governadores reeleitos do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do MDB, mesmo partido de Tebet - a legenda liberou o apoio. No grupo ainda tem o do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil).
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), declarou apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em nível nacional, e a Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo. "Meu apoio incondicional ao presidente e ao Tarcísio", disse Garcia em uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto ao lado dos dois candidatos, na terça-feira.
O apoio de Garcia engorda a lista de governadores que declararam apoio ao presidente Bolsonaro. Mais cedo, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou que apoia o presidente. "Não que eu concorde totalmente com as pautas do governo federal, mas estarei — muito provavelmente devemos estar acertando isso em mais um ou dois dias — ao lado do presidente Bolsonaro", disse, afirmando que seu objetivo é evitar que "o desastre do passado se repita".
Também na terça-feira, o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), oficializou o apoio a Bolsonaro. A declaração era praticamente protocolar, uma vez que os dois são do mesmo partido. "Eu, como sou do partido do presidente, sou apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui e tentar, me esforçar muito para o Rio ser a capital da vitória da eleição do presidente Bolsonaro", disse.
LEIA TAMBÉM: Pesquisa eleitoral: o que explica a diferença com o resultado das eleições?
A candidata a presidente Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na disputa do primeiro turno, declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. "Ainda que mantenha as críticas ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, depositarei nele o meu voto porque reconheço seu compromisso pela democracia e constituição, o que não reconheço no outro candidato", disse Tebet nesta quarta-feira, 5, em uma coletiva de imprensa.
A senadora pelo Mato Grosso do Sul recebeu quase 5 milhões de votos, 4,16% do total dos votos válidos. O apoio dela era muito esperado e decisivo para o segundo turno. Além de Tebet, também está ao lado de Lula o PDT, de Ciro Gomes, que declarou o apoio na terça-feira, 4.
O ex-governador do Ceará ficou em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos válidos. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Ciro disse que acompanha a decisão do partido, mas não citou, em nenhum momento o nome do ex-presidente lula ou mesmo a palavra PT.
Também já declararam apoio a Lula o Cidadania, o senador José Serra (PSDB), o governador reeleito do Paraná, Helder Barbalho (MDB), o senador Tasso Jereissati (PSDB), o economista Armínio Fraga.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Em anúncio nas redes sociais, o tucano afirmou que vota "por uma história de luta pela democracia e inclusão social". A publicação é acompanhada de duas fotos de FHC com o petista, uma antiga, da época em que disputavam eleições um contra o outro, e uma atual, de quando se encontraram no ano passado.
Às vésperas do primeiro turno, o ex-presidente tucano lançou nota recomendando o voto em quem defende "a democracia e o combate à pobreza e a desigualdade social". Naquela ocasião, ele não citou o petista nominalmente. A candidata oficialmente apoiada pelo PSDB na primeira rodada do pleito era a senadora Simone Tebet (MDB).
Para o cargo de presidente, quando nenhum dos candidatos atinge 50% mais um dos votos válidos, a eleição vai para o segundo turno. Em 2022, a segunda etapa de votação é no dia 30 de outubro. Diferentemente de outros anos, para esta eleição, o fuso horário para a votação é um só em todo o país, o de Brasília, das 8h às 17h.
O eleitor que não votou no primeiro turno das eleições de 2022 pode e deve votar no segundo turno. Segundo o TSE, cada turno é tratado como uma eleição independente pela Justiça Eleitoral. Isso significa que uma pessoa que não votou no primeiro turno não é proibida de ir às urnas no segundo, desde que seu título eleitoral esteja regular.
O segundo turno é somente para cargos de governador e presidente, caso nenhum candidato atinja 50% mais um dos votos válidos. Para estado sem segundo turno, há votação somente para presidente.
Nas eleições de 2022, doze estados vão ter a definição em uma segunda etapa: São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Santa Catarina, e Rondônia.
Quem não pode justificar a ausência no dia do primeiro turno da eleição, tem o prazo de até 60 dias após cada turno para regularizar a situação eleitoral sem o pagamento da multa. Os canais para realizar o procedimento online são o e-Título e o Sistema Justifica. Nesse caso, além de preencher o requerimento, é necessário anexar documentos que comprovem o motivo alegado, pois a justificativa não é automática e poderá ser ou não concedida pelo juiz eleitoral.
(Com Estadão Conteúdo)
LEIA TAMBÉM: