Mundo

Prefeito de Gostomel na Ucrânia morre após ataque russo

Prefeito do distrito, que fica perto da capital Kiev, foi morto "a tiros" por tropas russas, segundo informou a administração local. A região tem sido palco de confrontos frequentes

 (Facebook/Reprodução)

(Facebook/Reprodução)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 7 de março de 2022 às 14h17.

Última atualização em 7 de março de 2022 às 14h25.

O prefeito de uma localidade nos arredores da capital ucraniana Kiev foi morto em meio à ocupação de tropas russas, segundo informaram autoridades. O líder local de Gostomel, Yuri Illich Prylypko, foi morto "a tiros" por russos, segundo publicação da administração local nas redes sociais, ainda na noite de domingo, 6.

Quer saber tudo sobre a invasão da Ucrânia e como isso impacta o Brasil e você? Leia na EXAME

Gostomel (ou Hostomel) tem cerca de 17 mil habitantes e está subordinada administrativamente à cidade de Irpin, nos arredores de Kiev, e que tem sido uma das mais atacadas por tropas russas ao longo do fim de semana.

"Ninguém o forçou a enfrentar as balas dos ocupantes [os russos]. Ele poderia, como centenas de outros, se sentar no porão", diz a nota. "Ele morreu por sua comunidade, ele morreu por Gostomel, morreu como herói."

Segundo a nota, Prilipko morreu "distribuindo pão aos famintos e remédios aos enfermos, confortando os queimados e consolando os desesperados", embora o texto não explique com mais detalhes em que contexto se deu o ataque. "Por causa disso, ele e seus irmãos Ruslan Karpenko e Ivan Zorya foram mortos a tiros pelos ocupantes", diz a postagem das autoridades de Gostomel no Facebook.

Gostomel é lar de um aeroporto de cargas, que é um dos principais alvos dos russos. O Aeroporto de Gostomel ou Aeroporto do Antonov foi palco de duros confrontos entre russos e ucranianos nos primeiros dias da guerra, e era também onde ficava o chamado "maior avião do mundo", o Antonov An-225, destruído após ataques russos.

Tropas da Rússia tem cercado distritos e cidades nos arredores de Kiev desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, mas informações de agências de notícias e observadores independentes apontam que tem havido resistência por parte de forças ucranianas, o que vem atrasando a ofensiva russa no norte da Ucrânia.

No resto do país, há ainda frequentes bombardeios em Kharkiv, no leste (mais próximo à fronteira com a Rússia), e no sul, sobretudo na cidade portuária de Mariupol, que é caminho para a já anexada região da Crimeia.

Nesse fim de semana, uma das principais notícias envolveu a mesma região de Irpin, que foi palco de um ataque a civis que tentavam sair usando a ponte da cidade. Imagens de jornalistas que estavam no local mostram o grupo sendo atacado a céu aberto.

Ao menos oito pessoas foram mortas, incluindo membros de uma única família e crianças. "Eu quero enfatizar que estes eram residentes pacíficos", disse o prefeito da cidade, Alexandar Markushin.

Novas negociações

O conflito na Ucrânia chega nesta segunda-feira a seu 12º dia, com uma terceira rodada de negociação entre as partes esperada para hoje. Duas datas de negociação já aconteceram na semana passada mas falharam em conseguir encerrar o conflito.

O Ministério de Defesa da Rússia anunciou a abertura, também nesta segunda-feira, de corredores humanitários e a interrupção de ataques para permitir a retirada de civis de algumas das cidades mais afetadas pela guerra na Ucrânia.

A Ucrânia acusa a Rússia de ter continuado ataques a áreas civis, e critica o fato de os corredores terem a exigência de levar refugiados somente a Rússia e Belarus (país vizinho da Ucrânia e aliado a Moscou).

Antes do cessar-fogo desta segunda-feira, o fim de semana teve questionamentos também acerca dos corredores humanitários na cidade de Mariupol, uma das mais afetadas pelos bombardeios e onde a Cruz Vermelha estima que há mais de 200 mil pessoas tentando fugir.

Duas tentativas de retirar civis fracassaram no meio do caminho, deixando civis expostos. Segundo a Ucrânia, a Rússia não cumpriu o cessar-fogo prometido na última rodada de negociações. Moscou acusa a Ucrânia de ter quebrado as condições.

 

LEIA MAIS

 

Acompanhe tudo sobre:GuerrasRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei