Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram neste sábado no sul do país (MOHAMMED ABED /AFP)
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Publicado em 15 de outubro de 2023 às 14h46.
Última atualização em 15 de outubro de 2023 às 16h01.
O ataque do Hamas contra Israel no sábado, 7, surpreendeu não apenas o governo de Benjamin Netanyahu, como também diversos países envolvidos na geopolítica do Oriente Médio.
O número de vítimas na Faixa de Gaza nos últimos oito dias já superam as mortes registradas no confronto Gaza-Israel de 2014, que durou 50 dias, segundo comunicado do Ministério da Saúde local.
De acordo com a pasta, o número de mortos dos ataques de Israel após a ofensiva do Hamas já soma 2329 pessoas.
Embora esse conflito tenha alcançado um novo patamar com a ofensiva sem precedentes do grupo terrorista, as hostilidades com o estado judeu tem suas origens nas disputas por territórios e controle político da região desde o final do século XIX, com o início da chegada à Palestina de judeus que fugiam de perseguições religiosas na Europa.
Entre tantos confrontos entre judeus e árabes, a Guerra dos Seis Dias (5 a 10 de junho de 1967) foi um dos episódios mais decisivos para a formação do cenário político do Oriente Médio e das rivalidades entre Israel e os países vizinhos.
Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Britânico derrotou o Império Otomano e assumiu o controle tomou do território da Palestina.
No dia 2 de novembro deste ano, o ministro britânico de Relações Exteriores, Arthur Balfour, prometeu estabelecer um "lar nacional para o povo judeu", no que foi chamado de Declaração Balfour. No entanto, em 1919, um congresso palestino em Jerusalém expressou sua discordância à esta medida.
Mais tarde, em 1922, a Liga das Nações estabeleceu os deveres do comando britânico na região palestina, incluindo garantir o "estabelecimento do lar nacional judaico", o que dará origem à Israel. Contudo, entre os anos de 1936 e 1939, o Reino Unido esmagou a revolta árabe nos territórios palestinos.
Em novembro de 1947, a resolução 181 da Organização das Nações Unidas (ONU) - recém criada após a Segunda Guerra Mundial - dividiu a Palestina em dois estados, um árabe e um judaico. Enquanto que o território de Jerusalém permaneceu sob controle internacional.
A Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, ficou sob o controle do governo da Jordânia e a Faixa de Gaza com o Egito.
Em 14 de maio de 1948, foi criado o Estado de Israel e rapidamente reconhecido como uma nação pelo governo dos Estados Unidos. Mas, diversos países árabes recusaram o reconhecimento do país vizinho e as divergências resultaram em uma guerra de oito meses.
Mais de 400 aldeias palestinas foram destruídas pelos exércitos israelenses e cerca de 760.000 refugiados palestinos fugiram para a Cisjordânia, Gaza e outras nações árabes vizinhas. Diante desse cenário, surgiu a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1964.
A ofensiva também foi provocada por tensões antigas e por Israel considerar o movimento militares próximos às fronteiras como ameaça. Os colonos começaram, então, a construção dos assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza.
Para alguns palestinos, isso levou a um segundo deslocamento forçado, ou Naksa, que significa "retrocesso" em árabe. Apesar de uma resolução da ONU que garantia o direito dos refugiados palestinos de voltarem para Israel, isso foi continuamente negado com a justificativa de que isso sobrecarregaria o país e colocaria em ameaça o Estado judeu.
Em dezembro de 1967, foi formada a Frente Popular Marxista-Leninista para a Libertação da Palestina. Anos depois, uma série de ataques e sequestros de aviões por grupos de esquerda chamaram a atenção do mundo para a situação dos palestinos.
Até que os países árabes se uniram para atacar Israel em em 6 de outubro de 1973, dia da comemoração judaica do Yom Kippur, no entanto os israelenses conseguem repelir a agressão.