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Small caps e fundos imobiliários: as apostas da Guide diante do corte na Selic

Fernando Siqueira, head de research da corretora, projeta Ibovespa a 140 mil pontos ao final de 2023

Painel de cotações da B3: small caps podem ser as maiores beneficiadas do ciclo de corte de juros (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: small caps podem ser as maiores beneficiadas do ciclo de corte de juros (Germano Lüders/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 6 de agosto de 2023 às 10h30.

Última atualização em 6 de agosto de 2023 às 10h31.

O primeiro corte na taxa básica de juros em três anos pode ser só o começo de uma tendência de recuperação na bolsa brasileira. Para Fernando Siqueira, head de research da corretora Guide Investimentos, o momento é de ir às compras – mesmo com a alta recente do Ibovespa em julho.

“Salvo alguma crise, os próximos seis meses vão ser melhores que os últimos dois anos. O Ibovespa tem espaço para avançar ainda mais e chegar aos 140 mil pontos até o final de 2023. A bolsa está muito barata, a relação preço/lucro histórica é de 11 vezes, e atualmente está em 8 vezes”, afirmou Siqueira em entrevista à EXAME Invest.

A aposta da corretora fica justamente com as small caps, ações de empresas menores que muitas vezes estão fora do Ibovespa. São papéis mais suscetíveis ao ciclo macroeconômico e estão entre no topo da lista entre os mais prejudicados com a escalada da Selic nos últimos anos. Agora, com a tendência invertida, a expectativa é de retomada dessas ações, de forma ainda mais acentuada do que no restante da bolsa.

A Guide levantou o potencial médio de valorização dos segmentos em cinco ciclos anteriores de corte de juros. A média de recuperação do Ibovespa foi de 36%, enquanto do índice small cap (SMLL) foi de 47%.

O movimento positivo começou a tomar forma entre abril e maio, com a melhora dos indicadores e aumento da expectativa do mercado com a queda de juros. Nos últimos três meses o SMLL já subiu 23,5%, acima da alta de 12,7% do Ibovespa na mesma janela. Siqueira defende, no entanto, que o nível atual ainda está distante das máximas históricas, abrindo boas oportunidades para surfar a retomada do setor.

“Construção, por exemplo, já subiu bem. Estamos olhando para saúde, educação e varejo, que tem opções mais interessantes para investir. Uma delas é a Vivara (VIVA3), uma empresa voltada para alta renda que não sofre tanto com o macro mas pode se beneficiar da queda dos juros. E que também não tem um concorrente direto”, avaliou o analista.

As recomendações da Guide incluem Aliansce (ALSO3), na frente de shoppings, Oncoclínicas (ONCO3), em saúde e Cruzeiro do Sul (CSED3), em educação. “É uma empresa bem mais barata que as concorrentes. Yduqs foi minha primeira opção, mas já subiu muito. Preferimos ir atrás do que está fora do radar”, disse. Nos últimos três meses, a Yduqs acumula alta de 152%, enquanto a Cruzeiro do Sul sobe 87%. 

Retomada dos fundos imobiliários

Para além das small caps, a Guide projeta uma valorização nos fundos imobiliários (FIIs), que também estão distantes das máximas históricas depois de serem derrubados pela alta da Selic. 

“Diferente do mercado de ações, onde alguns grupos possuem correlação elevada e outros correlação baixa, no caso dos fundos imobiliários a correlação é elevada de forma geral. Acreditamos que a queda dos juros deve favorecer esta classe de ativos”, informou o time de análise da Guide, em relatório.

A expectativa é de correção nos dividendos do IFIX, índice que acompanha o mercado imobiliário. Os mais beneficiados, na visão da corretora, devem ser os fundos de tijolo, aqueles que investem diretamente em imóveis.

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