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Porsche estreia em alta na Bolsa de Frankfurt com IPO recorde

As ações da casa alemã de carros de luxo subiram no primeiro dia de cotação na Bolsa de Valores

Porsche (Porsche/Divulgação)
CC

Carlo Cauti

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 10h44.

Última atualização em 29 de setembro de 2022 às 10h52.

As ações da Porsche estrearam em alta nesta quinta-feira, 29, na Bolsa de Valores de Frankfurt, no primeiro dia de cotação após a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

Os papéis da casa automotiva alemã - cujo ticker é P911 - registraram uma leve alta, de 0,82% as 10h30 horário de Brasília, cotadas a 82,50 euros. Um resultado ainda mais positivo considerando a tendência de queda da Bolsa de Valores de Frankfurt, com o seu principal índice, o DAX 30, caindo 1,78% no mesmo horário.

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Com essa cotação, o valor de mercado da Porsche chega a 76,5 bilhões de euros, superando as capitalizações de 58 bilhões de euros da Mercedes-Benz e os 47 bilhões de euros da BMW.

O IPO colocou no mercado 114 milhões de ações preferenciais no teto da faixa de preços, por um valor total de 9,4 bilhões de euros. Essa foi a maior oferta pública inicial na Alemanha desde a listagem da Deutsche Telekom, em 1996, e é uma das maiores da história dos mercados financeiros da Europa.

Executivos da Porsche comemoram

"Hoje um grande sonho está se tornando realidade para a Porsche", disse o CEO da Volkswagen, Oliver Blume, "O nosso grau de autonomia nos coloca em uma posição muito boa para atingir os nossos ambiciosos objetivos nos próximos anos".

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O diretor financeiro da Porsche, Lutz Meschke, declarou estar confiante de que pode atingir a meta de faturamento de 39 bilhões de euros este ano, apesar da "difícil situação macroeconômica".

Para Meschke, a valorização da marca, cujos produtos serão cada vez mais voltados para um público de super-ricos, pode subir para "mais de 100 bilhões de euros até 2026".

Para Arno Antlitz, diretor financeiro da montadora alemã, “o alto nível de demanda demonstra a confiança dos investidores no futuro da Porsche”.

O executivo acrescentou que a Volkswagen não descarta a listagem da divisão dedicada a baterias para carros elétricos, agora que o IPO da Porsche foi concluído.

Também porque a crise dos microprocessadores vai continuar pelo menos até 2024, e a intenção é reduzir ao máximo os tempos de espera para veículos novos.

Governança é ponto crítico na listagem da Porsche

Um dos pontos críticos da operação é a governança, com participações de controle cruzadas e pouco claras. As famílias Porsche e Piech, controladoras histórica da montadora através da holding Porsche Automobil SE, têm a maioria dos direitos de voto na empresa-mãe Volkswagen AG.

Graças ao IPO, ganharão uma participação minoritária, porém determinante para os votos, na Porsche AG, retomando o controle total da Volkswagen, após a tentativa fracassada da Porsche em meados dos anos 2000 de adquirir a gigante alemã tomando emprestado mais de 10 bilhões de euros.

Após quatro anos de batalhas jurídicas, a Volkswagen pagou 3,3 bilhões de euros em 2009 para obter 42% da Porsche.

Outro aspecto polêmico: Oliver Blume é o CEO da Porsche e, há cerca de um mês, também do grupo Volkswagen. Um passo que não convenceu todos os investidores, que não acreditam seja possível manter o controle das empresas de Wolfsburg e Zuffenhausen ao mesmo tempo.

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