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Por que o Fed não animou Wall Street?

Cortes devem diminuir no ano que vem, o que levantou questionamentos de alguns especialistas

Jerome Powell, presidente do Fed, durante conferência  (Kevin Lamarque/Reuters)

Jerome Powell, presidente do Fed, durante conferência (Kevin Lamarque/Reuters)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 11h25.

O Federal Reserve cortou sua taxa básica de juros na quarta-feira para uma faixa de 4,25% a 4,5%, o que significou 100 pontos-base a menos desde o início desse ciclo de cortes, iniciado em setembro.

Wall Street geralmente comemora cortes nas taxas, pois a redução dos custos de empréstimos impulsiona gastos, investimentos e contratações. A redução das taxas também sinaliza que a inflação está sob controle e torna ativos de risco, como ações, relativamente mais atraentes, ao reduzir os rendimentos de ativos mais seguros, como os títulos do Tesouro.

No entanto, o mercado teve reação bem mais comedida porque as autoridades do Fed projetaram apenas dois cortes para o ano que vem - na projeção anterior eram quatro.

O Business Insider ouviu alguns profissionais para explicar esse momento de "cautela" sobre menos cortes nos juros em 2025. Os analistas também enxergam uma boa oportunidade para a famosa "compra na baixa" antes do rali do fim de ano.

Para Carol Schleif, estrategista-chefe de mercado da BMO Private Wealth, os investidores estão "exagerando" porque sabiam que o Fed provavelmente sinalizaria uma pausa nos cortes de taxas. "Além disso, a economia continua forte, o que é o mais importante", ela acrescentou.

Andrew Hollenhorst, economista-chefe do Citi nos EUA, disse que ficou claro que a postura do Fed será mais branda com os juros quando o mercado de trabalho mostrar sinais de enfraquecimento "O enfraquecimento contínuo do mercado de trabalho provavelmente se tornará ainda mais evidente nos próximos meses, mantendo o Fed cortando em um ritmo mais rápido do que os mercados estão precificando", disse Hollenhorst.

David Rosenberg, fundador e presidente da Rosenberg Research, criticou o Fed. "Este é um Fed que realmente não tem fé em sua visão em nenhum momento e é voluntariamente reativo, com sua ações afetando a economia no longo prazo."

Jean Boivin, chefe do BlackRock Investment Institute, adotou também um tom mais pessimista. "O Fed jogou água fria nas esperanças já diminutas do mercado por cortes generosos nas taxas em 2025". E completou: "Dado o risco de ressurgimento da inflação devido a potenciais tarifas comerciais e uma desaceleração na imigração que tem esfriado a pressão no mercado de trabalho, as expectativas do mercado de apenas mais dois cortes em 2025 agora parecem razoáveis."

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