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Payroll, repercussão dos balanços das big techs e produção industrial: o que move o mercado

Além do payroll, nos EUA, serão divulgadas duas leituras do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial de outubro

Radar: todas as atenções se voltam para os dados do payroll (fotog/Getty Images)

Radar: todas as atenções se voltam para os dados do payroll (fotog/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 08h51.

Última atualização em 1 de novembro de 2024 às 08h55.

Os mercados internacionais operam majoritariamente em alta na manhã desta sexta-feira, 1º. Nos Estados Unidos, os índices futuros sobem à espera do payroll, com o índice Nasdaq ganhando força após números otimistas da Amazon. Na Europa, as bolsas também operam em alta pós três pregões seguidos de queda, também de olho nos números do payroll.

Na Ásia, os mercados fecharam mistos. No Japão, o índice Nikkei caiu 2,63% em Tóquio, pressionado por ações ligadas a tecnologia e eletrônicos. Já em Hong Kong, o índice FTSE China 50 subiu 1,22% após a atividade industrial da China mostrar expansão. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial chinês, divulgado pelo Caixin/S&P Global, subiu para 50,3 em outubro, de 49,3 no mês anterior, superando as previsões de analistas Reuters de 49,7.

Payroll

O grande destaque do dia é o payroll de outubro, relatório de empregos do setor privado não-agrícola, que será divulgado às 9h30. O número fecha uma sequência de indicadores americanos que são essenciais para medir o termômetro da atividade por lá. A estimava do mercado é uma criação de 100 mil vagas.

Na terça-feira, 29, o mercado acompanhou a divulgação do relatório Jolts, que mostrou uma criação de 7,4 milhões de vagas em setembro. Apesar do número ter vindo abaixo do esperado, em 7,99 milhões, analistas dizem que o a atividade ainda assim está aquecida.

Já na quarta-feira, 30, o relatório ADP mostrou a criação de 233 mil vagas no setor privado em outubro, ante o consenso de 115 mil, o que colabora com a tese do dia anterior.

Ainda na quarta, o Departamento do Comércio dos EUA publicou a primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que mostrou uma alta de 2,8%, de 3% no segundo trimestre de 2024 e ante o consenso também em 3%.

Ontem, foi a vez do Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), que acelerou para 0,3% em setembro ante agosto, em linha com o esperado, mas um avanço em relação à alta de 0,2% no mês anterior. A variação de 12 meses, de acordo com o Departamento de Análises Econômicas, subiu 2,1%, também em linha com o esperado.

Já o núcleo do PCE, menos sensível a fatores voláteis, avançou 2,7% na comparação anual, 0,1 ponto percentual acima do previsto (+2,6%). O índice é considerado a principal referência para a meta de inflação de 2% do Federal Reserve (banco central americano)

Os dados de inflação, atividade econômica e mercado de trabalho ainda robustos reforçam a tese de que o Fed irá pisar no freio e cortar os juros em 0,25 pontos percentuais (p.p.). Antes da divulgação do payroll, às 8h, a plataforma FedWatch, do CME Group, apontava que 93,2% do mercado espera um corte em 0,25 p.p., enquanto 6,8% precifica manutenção.

Repercussão das big techs

A semana também foi marcada pelos tão aguardados balanços das big techs. Na ponta negativa, na quarta-feira, as gigantes de tecnologia Meta (Nasdaq: META) e Microsoft (Nasdaq: MSFT) apresentaram lucros acima do esperado por analistas, mas não empolgaram os investidores. Com isso, os papéis da Meta caíram 4%, enquanto a Microsoft, 6% na sessão de quinta-feira, impulsionando o índice Nasdaq para baixo em 2,81%. Nesta sexta-feira, no pré-mercado, os papéis se recuperam parte das perdas, subindo 0,50% (Meta) e 1% (Microsoft).

Ontem, foi a vez da Apple (Nasdaq: AAPL) reportar um lucro de US$ 14,7 bilhões no balanço do terceiro trimestre, o que representa uma queda anual de cerca de 36%. Esse desempenho foi afetado por um ajuste relacionado à decisão da União Europeia que exige que a Apple pague até € 13 bilhões em impostos atrasados para a Irlanda. Em resposta, a Apple provisionou um encargo fiscal de até US$ 10 bilhões para o quarto trimestre fiscal. Hoje, as ações da companhia recuam 1,74% no pré-mercado.

Já no lado positivo, Amazon (Nasdaq: AMZN) superou as expectativas do mercado. Em balanço também divulgado nesta quinta-feira, a empresa de Jeff Bezos registrou um aumento de 29% no lucro operacional, que somou US$ 17,4 bilhões. O lucro por ação chegou a US$ 1,43, superando o consenso de US$ 1,14 por ação. No pré-mercado, as ações sobem 7,12%

Agenda

Além do payroll, nos EUA, serão divulgadas duas leituras do PMI industrial de outubro, pela S&P Global às 10h45, e pela ISM às 11h.

No Brasil, o destaque entre a agenda de indicadores é a produção industrial de setembro às 9h. A Genial Investimentos estima uma alta anual de 3,4%, ante o avanço de 2,2% no mês anterior. Na comparação mensal, a expectativa é de uma alta de 1%, frente ao ligeiro avanço de 0,1% em agosto.

Sexta-feira, 1ºde novembro

  • 9h: IBGE/Brasil - Produção industrial anual de setembro
  • 9h: IBGE/Brasil - Produção industrial mensal de setembro
  • 9h30: Bureau of Labor Statistics/EUA - Ganho médio por hora trabalhada de outubro
  • 9h30: Bureau of Labor Statistics/EUA - Payroll de outubro
  • 9h30: Bureau of Labor Statistics/EUA - Relatório de Emprego Privado de outubro
  • 9h30: Bureau of Labor Statistics/EUA - Taxa de desemprego de outubro
  • 10h: S&P Global/EUA - PMI Industrial de outubro
  • 11h: Census Bureau/EUA - Gastos de construção de setembro
  • 11h: S&P Global/EUA - PMI Industrial de outubro
  • 11h45: Markit/EUA - PMI Industrial de outubro
  • 14h: Baker Hughes/EUA - Contagem total de sondas de petróleo (semanal)
  • 14h: Baker Hughes/EUA - Contagem de sondas de petróleo (semanal)
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