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"Pacote fiscal não é ambicioso e nem alinhado com o cenário econômico atual", diz Goldman Sachs

Medidas fiscais do governo não atendem às expectativas do mercado, e o pacote pode agravar a dinâmica da dívida pública, diz Goldman Sachs

Goldman Sachs: "o pacote é considerado decepcionante, muito difuso, com rendimento incerto" (Lula Marques/ Agência Brasil)

Goldman Sachs: "o pacote é considerado decepcionante, muito difuso, com rendimento incerto" (Lula Marques/ Agência Brasil)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 13h13.

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O pacote fiscal anunciado na noite de quarta-feira, 27, e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não foram bem avaliadas pelo Goldman Sachs. Em relatório publicado, o banco de investimentos afirmou que o pacote fiscal não é ambicioso nem alinhado com o que o cenário macroeconômico atual exige.

"O pacote é considerado decepcionante, muito difuso, com rendimento incerto." Além disso, a adição de uma medida estimulante que reduz a receita do imposto de renda pessoal, juntamente com uma carga tributária maior e incerta sobre os que ganham mais, reforça a percepção de que a administração continua a adotar uma estratégia de impostos e gastos, em vez de focar diretamente no aperto da postura fiscal."

Para o Goldman Sachs, esta abordagem é preocupante, pois a deterioração da dinâmica da dívida e o aumento dos prêmios de risco fiscal tornam essa estratégia ainda mais arriscada. "As metas fiscais atuais são suaves — com isenções permitidas, as metas fiscais primárias de 2025/26 estão ligeiramente abaixo de 0,00% a +0,25% do PIB — e estão cada vez mais distantes do que um cenário macroeconômico equilibrado exigiria."

Metas fiscais e aumento da dívida

Na prática, mesmo se essas metas forem alcançadas, elas são consistentes com o aumento contínuo da dívida em relação ao PIB. Nesse contexto, metas fiscais primárias mais ambiciosas (um superávit primário de pelo menos 0,5% a 1,0% do PIB) seriam justificadas, dado que a economia está superaquecida (o hiato do produto agora é positivo), as expectativas de inflação de médio e curto prazo continuam se deteriorando e estão cada vez mais desancoradas da meta de inflação.

Dólar sob pressão e juros em alta

Além disso, o real está sob pressão devido ao aumento dos prêmios de risco fiscal. Nesta quinta-feira, o dólar chegou a bater R$ 6 na máxima.

"A dinâmica da dívida está se deteriorando rapidamente, apesar do alto crescimento, o que leva a uma postura fiscal pró-cíclica frouxa. Como resultado, o Banco Central precisou retomar os aumentos de juros, o que tem levado a taxa básica de juros a um território mais restritivo."

A análise do Goldman Sachs indica que as expectativas de mercado em relação ao impacto do pacote fiscal são baixas. [grifar]A visão é que, sem medidas fiscais mais rigorosas, a deterioração das condições econômicas pode levar a um aumento da dívida pública, pressionando ainda mais a moeda e forçando o Banco Central a adotar uma postura ainda mais restritiva.

Expectativa do mercado x metas do governo

O Mercado Espera Déficits Fiscais Primários Até 2027 (Bem Abaixo das Metas do Governo de Nenhum Déficit)
Saldo Fiscal Primário do Governo Central (Real, Meta e Expectativas do Mercado)

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