Ao ultrapassar a barreira dos R$ 5,50, o dólar chega ao maior valor desde o dia 14 de outubro, quando foi vendido a R$ 5,4694 (Designed by/Freepik)
Redação Exame
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 11h41.
O dólar à vista exibe forte valorização frente ao real nas negociações desta quarta-feira, 17, dando sequência ao movimento de alta das últimas três sessões. Por volta das 11h23, a moeda americana avançava 0,68%, cotada a R$ 5,500.
A apreciação da divisa é observada desde os primeiros negócios da sessão. Na primeira hora de negociação, o câmbio chegou a bater o valor de R$ 5,520. Ao ultrapassar a barreira dos R$ 5,50, o dólar chega ao maior valor desde o dia 14 de outubro, quando foi vendido a R$ 5,4694.
O movimento de alta está em linha com o exterior. No índice DXY, que mede a força do divisa frente a uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, o dólar registrava alta de 0,24% às 11h32.
O mercado aguarda discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) ao longo do dia e se prepara para uma série de decisões de bancos centrais nesta quinta-feira, 18.
Por aqui, o avanço da moeda americana ainda reflete a frustração dos agentes financeiros com o cenário eleitoral no Brasil em 2026, que já provocou um forte ajuste nas carteiras na sessão passada.
Ontem, alta da câmbio se intensificou com a divulgação dos resultados da pesquisa Quaest, que apontou o atual presidente Lula (PT) à frente no primeiro turno contra todos os nomes testados.
O petista também apareceu com 46% das intenções de voto contra 36% de Flávio Bolsonaro (PL) em um eventual cenário de segundo turno para a eleição presidencial 2026. Por fim, o estudo trouxe dúvidas sobre o cenário que vinha sendo abraçado pelo mercado de uma candidatura de direita projetada no nome do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao indicar Flávio como mais competitivo.
As incertezas sobre quando a taxa de juros no Brasil vai começar a cair também continuam pesando sobre o dólar.
O um dia, contudo, é de agenda praticamente esvaziada de indicadores econômicos, mas que pode marcar também a votação da PL da Dosimetria no Senado — o projeto de lei que pode reduzir drasticamente a pena de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto precisa ser analisado primeiro na Comissão de Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, no Plenário da Casa.
Na economia, o destaque por aqui é o fluxo cambial semanal, a ser divulgado às 14h30 (horário de Brasília).
Segundo operadores, a saída de capital estrangeiro típica desta época de fina de ano deve pesar. A semana deve ser marcada pelas primeiras saídas mais fortes de dólares do Brasil.
Relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), publicado no dia 3, apontou que, mesmo após um novembro positivo — marcado por entradas robustas no comércio exterior, que compensaram a saída de US$ 3,1 bilhões no segmento financeiro — dezembro deve registrar um fluxo líquido negativo.
A previsão é de uma saída de US$ 6,9 bilhões, concentrada justamente nos pagamentos de dividendos e juros sobre capital próprio.