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Dólar fecha em alta, a R$ 5,57, pressionado por fluxo e baixa liquidez

A moeda americana avançou 0,48% dando sequência ao movimento de alta observado na sessão anterior, na sexta-feira, 26

Segundo operadores, a apreciação da moeda americana sobre o real foi menos uma reação a fatores globais e mais um reflexo de fluxo, liquidez e risco institucional doméstico (Designed by/Freepik)

Segundo operadores, a apreciação da moeda americana sobre o real foi menos uma reação a fatores globais e mais um reflexo de fluxo, liquidez e risco institucional doméstico (Designed by/Freepik)

Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 17h23.

Última atualização em 29 de dezembro de 2025 às 17h38.

O dólar à vista encerrou a última segunda-feira do ano, 29, em alta frente ao real. A moeda americana avançou 0,48%, cotada a R$ 5,571, dando sequência ao movimento de valorização observado na sessão anterior, na sexta-feira, 26.

Desde o início do pregão, a divisa manteve trajetória de alta e chegou a tocar R$ 5,586 na máxima do dia. Nas primeiras horas de negociação, a apreciação sobre o real acompanhava o exterior, mas com intensidade ligeiramente maior no mercado local.

Ao longo da tarde, porém, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos, inverteu o sinal e passou a recuar 0,07% até encerrar praticamente estável, às 17h.

Segundo Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP, a apreciação da moeda americana sobre o real foi menos uma reação a fatores globais e mais um reflexo de fluxo, liquidez e risco institucional doméstico.

"Em um ambiente típico de fim de ano, com profundidade de mercado reduzida, a demanda sazonal por moeda estrangeira, seja para remessas ao exterior, ajuste de posições ou proteção, ganha peso na formação de preço, o que explica por que o real apresenta desempenho inferior a alguns pares emergentes, mesmo com commodities em alta e sem um impulso claro vindo do dólar global", afirmou Costa.

Um relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), publicado no dia 3, apontou que, mesmo após um novembro positivo — marcado por entradas robustas no comércio exterior, que compensaram a saída de US$ 3,1 bilhões no segmento financeiro — dezembro deve registrar um fluxo líquido negativo.

A previsão é de uma saída de US$ 6,9 bilhões, concentrada justamente nos pagamentos de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).

Com apenas três dias restantes em 2025, algumas companhias seguem correndo para evitar tributação dos dividendos, a partir do próximo ano, de acordo com a Genial Investimentos.

A Wiz Co (WIZC3) comunicou nesta segunda a distribuição de proventos intercalares com base nos lucros do exercício corrente, no montante total de R$ 50,5 milhões, equivalentes a aproximadamente R$ 0,32 por ação e representando um dividend yield de 3,5%.

Assim como a CSN Mineração (CMIN3), que também aprovou a distribuição total de R$423,7m aos acionistas, sendo R$259,7m em dividendos (R$0,048/ação) e R$163,9m em JCP (R$0,026/ação líquido).

"A expectativa pela ata do Fed [Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos] entra no radar como evento da semana, mas o efeito predominante no câmbio local vem do ambiente defensivo criado pela liquidez curta e sensibilidade elevada a ruídos", disse o head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP.

Segundo o operador, esse quadro é amplificado no Brasil pelo risco institucional associado à determinação do ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli de uma acareação entre diretor do Banco Central (BC) e investigados no caso Master.

"Isso introduz incerteza sobre a relação entre o Judiciário e a autoridade monetária, afetando a percepção de previsibilidade institucional", afirmou.

"Esse tipo de ruído não costuma contaminar juros de forma imediata, mas pesa diretamente sobre o câmbio, ao elevar o prêmio de risco e reforçar a demanda por proteção. O resultado é um dólar mais firme, mesmo diante de dados inflacionários melhores, alívio pontual na curva de juros e um cenário externo relativamente calmo".

No ano, porém, o dólar deve encerrar em queda frente ao real. Até o momento, a moeda americana acumula uma perda de 9,6%.

O que é o dólar à vista

O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é bastante utilizado em operações de curto prazo feitas por empresas e instituições financeiras.

A cotação do dólar à vista reflete o valor real de mercado no momento da transação, oferecendo transparência para quem precisa fechar negócios com rapidez.

O que é o dólar futuro

O dólar futuro corresponde a contratos de compra e venda da moeda para liquidação em uma data futura. Essa modalidade é negociada na Bolsa de Valores e ajuda empresas e investidores a se protegerem da volatilidade cambial.

Sua cotação varia conforme as expectativas do mercado em relação à economia, podendo se distanciar bastante do dólar à vista em momentos de incerteza.

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