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Cielo afunda 6% com fala de Brandão; Totvs dispara 17% na semana e lidera ganhos

Confira os principais destaques de ações desta sexta-feira

 (Cielo/Divulgação)

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PB

Paula Barra

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 10h43.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 18h40.

Liderando as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira, 12, apareceram as ações da Cielo (CIEL3), com queda de 6,63%. Os papéis também Encerraram como a maior baixa do Ibovespa na semana, acumulando desvalorização de 12,65% no período.

Nesta manhã, o CEO do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, disse, em teleconferência com jornalistas, que a Cielo é "core business" para o banco e que a instituição não vai vender sua fatia. "Não vamos desinvestir neste momento, mas temos que pensar em como melhorar a experiência do cliente", afirmou.

Segundo o analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, havia uma expectativa de que o banco iria vender sua participação na empresa e, com a declaração agora, tudo que o mercado imaginou nas últimas semanas não vai se concluir. "Acredito que isso esteja pressionando os papéis hoje, uma vez que a saída do BB da companhia poderia até representar um ganho maior de eficiência para Cielo", comentou.

No dia 24 de janeiro, um domingo, a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, reportou, sem detalhar como obteve a informação, que o BB estudava se desfazer de sua parte na companhia e que, se o BB desse segmento ao negócio, o Bradesco (BBDC4), seu sócio, apresentaria uma oferta. No pregão seguinte do dia 26 de janeiro (lembrando que a Bolsa não funcionou no dia 25 por conta do feriado do aniversário de São Paulo), os papéis da Cielo chegaram a subir 7,2% na Bolsa, mas amenizaram e fecharam em alta de 1,66%.

Totvs

Do outro lado, as ações da Totvs (TOTS3) voltaram a renovar máxima histórica na Bolsa, com alta de 2,33%, em 34,64 reais, nesta sessão. Esse foi o quinto pregão seguido no positivo. Os papéis encerraram como a maior alta do Ibovespa na semana, com ganhos de 17,19%. O movimento ocorreu na esteira do forte balanço do quarto trimestre reportado na manhã da última quinta-feira.

Em relatório ontem, os analistas do Credit Suisse comentaram que “os resultados do quarto trimestre suportam a visão de que o ímpeto operacional da Totvs provavelmente permanecerá forte ao longo de 2021 nos negócios de software e techfin”. “As vendas continuam a impressionar apesar de um macro ainda desafiador”, ressaltaram.

Na leitura deles, os papéis seguem sendo negociados em patamar atrativo, com múltiplo preço sobre lucro (P/L) de 42 vezes estimado para este ano, e apontaram que fusões e aquisições continuam sendo uma peça central da estratégia da empresa e um catalisador para as ações.

A companhia registrou lucro líquido de 96,147 milhões de reais, alta de 78,4% em relação ao mesmo período de 2019. Em 2020, o lucro foi de 294,959 milhões de reais, crescimento de 40,0% na comparação com o ano anterior.

Usiminas

As ações da Usiminas (USIM5) chegaram a subir 5% na máxima do dia, mas praticamente apagaram os ganhos e fecharam em alta de 0,35%, após a companhia reportar lucro líquido de 1,913 bilhão de reais no quarto trimestre. O número representa um salto de 613% frente aos 268 milhões de reais registrados no mesmo período do ano anterior, em meio a aumento de preços e recuperação do mercado doméstico levando a uma receita recorde.

O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou 1,607 bilhão de reais, maior desde 2008 e mais do que triplicando na comparação ano a ano. A margem Ebitda ajustado ficou em 29%, de 12% um ano antes.

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Os números superaram as projeções de analistas, conforme média das estimativas compiladas pela Refinitiv, que apontava lucro de 554,6 milhões de reais e Ebitda de 1,06 bilhão de reais.

A receita líquida totalizou 5,474 bilhões de reais de outubro a dezembro, a maior resultado trimestral da história da companhia, equivalente a uma elevação de 41% frente ao mesmo período do ano anterior.

Banco do Brasil 

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíram 0,56% após o banco registrar lucro líquido ajustado de 3,695 bilhões de reais no quarto trimestre de 2020, queda de 20,1% na comparação com o mesmo período de 2019. Em relação ao trimestre anterior, contudo, teve expansão de 6,1%. O número ficou acima do consenso de mercado Bloomberg de lucro de 3,52 bilhões de reais.

Em 2020, o lucro líquido ajustado totalizou 13,9 bilhões de reais, uma queda de 22,2% frente ao registrado em 2019.

Segundo o banco, a piora na comparação anual é explicada principalmente pelo aumento da PCLD ampliada (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa), que cresceu 47,6% no quarto trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, para 22,1 bilhões de reais.

Para 2021, o banco estima lucro entre 16 bilhões e 19 bilhões de reais.

Segundo analistas do Bradesco BBI, não há muito o que comemorar no resultado do quarto trimestre do banco. Eles comentam que o lucro líquido ajustado ficou em linha com suas estimativas, embora 5% acima do consenso. No entanto, a qualidade ficou abaixo da média, com lucro antes de impostos 13% inferior às suas projeções.

Além disso, o guidance para este ano, de acordo com eles, "parece razoável", mas "deixa pouco espaço para revisões para cima dos lucros, com o consenso do mercado atualmente perto do ponto médio". Com isso, eles optaram por manter a recomendação em neutra, assim como o preço-alvo de 44,00 reais, o que implica um potencial de valorização de 29% frente ao fechamento de ontem.

"Para as ações do BB serem reavaliadas, mais do que apenas melhores resultados serão necessário. O mercado, essencialmente composto por liberais, espera que mensagens mais fortes sejam transmitidas, provavelmente apontando para cortes de custos mais agressivos ou pelo menos algumas outras iniciativas que possam desbloquear valor de uma forma mais eficaz (apenas vender subsidiárias não deve ser a solução). A menos que nós e o mercado consigamos qualquer indicação neste sentido, é improvável que as ações saiam do nível que têm negociado atualmente, de 0,7 vez o preço sobre o valor patrimonial (P/VP) estimado para 2021", acrescentaram.

Lojas Renner

As ações da Lojas Renner (LREN3) fecharam em alta de 1,29%. Ontem à noite, a varejista de moda Lojas Renner apresentou seu balanço do quarto trimestre com queda no lucro, uma vez que suas vendas seguiram afetadas por restrições para conter um repique na pandemia de Covid-19.

O lucro líquido do período somou 354 milhões de reais, queda de 31% no comparativo com igual etapa de 2019.

A receita líquida de 2,92 bilhões de reais ainda foi 1,6% maior do que um ano antes, apoiada em parte na contínua expansão da base de lojas. Pelo critério da mesma base de lojas, porém, o desempenho foi 0,8% menor, após ter tido alta de 6,2% em 2019, com a empresa citando o impacto das novas restrições de funcionamento, principalmente em dezembro, devido à pandemia.

Os analistas do BTG Pactual comentaram que a empresa mostrou mais um trimestre impactado pela covid, mas acreditam que o resultado aponta para ser muito mais transitório do que estrutural para a companhia. "Esperamos que a tendência de recuperação continue ocorrendo, levando a melhora de vendas e redução de descontos. De toda forma, fim de ano mais fraco deixa papel sem triggers de curto prazo", ressaltaram.

Estreia na B3

As ações da Oceanpact (OPCT3) fecharam estáveis, em 11,15 reais, em sua estreia na B3. A companhia precificou sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em 11,15 reais por papel, no piso da faixa indicativa que ia de 11,15 reais a 13,85 reais. A operação movimentou 1,22 bilhão de reais, sendo 920 milhões de reais vindos da oferta primária (quando os recursos vão para o caixa da empresa).

A companhia, prestadora de serviços ambientais e de logística marinha, disse que vai usar o montante da oferta primária para ampliar sua frota de navios, que atualmente conta com 23 embarcações, e para adquirir máquinas e equipamentos.

PetroRio

As ações da PetroRio (PRIO3) subiram 2,92%. O BTG Pactual iniciou cobertura das ações com recomendação de compra e preço-alvo de 100,00 reais, o que implica um potencial de valorização de 29% frente ao fechamento de ontem.

Os analistas comentam que a companhia, maior produtora independente de óleo no Brasil, tem grande potencial de crescimento, suportado por revitalização de campos de óleo e gás, fusões e aquisições e redução de custos, que combinados devem resultar em bons níveis de retorno. "Tudo isso combinado com bom patamares de reservas e track-record que deve contribuir para múltiplos mais altos por um tempo. A companhia entregou várias fusões e aquisições desde 2014, e esperamos mais pela frente", acrescentam.

Segundo eles, a empresa apresenta uma boa história de crescimento no universo de óleo e gás e que começa à frente do restante do setor durante o processo de desinvestimentos da Petrobras e outras grandes petroleiras.

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