Radar: mercado acompanha temproada de balanço ao redor do mundo (Santander/Divulgação)
Repórter de finanças
Publicado em 24 de julho de 2024 às 08h25.
Os mercados internacionais operam todos em queda na manhã desta quarta-feira, 24. Refletindo os resultados decepcionantes das big techs, os índices futuros do Estados Unidos operam em queda, assim como as bolsas asiáticas também fecharam com desvalorização. Na Europa, os dados de atividade econômica desanimadores da zona do euro também puxam os mercados para baixo. Por aqui, o Ibovespa futuro recua, com investidores cautelosos em relação ao fiscal e ao exterior.
O Santander (SANB11) deu a largada na temporada de balanços dos ‘bancões’ e mostrou uma melhora gradual em seus números, após momentos dificeís no ano anteiror. Pela manhã, o banco reportou um lucro de R$ 3,332 bilhões no segundo trimestre de 2024, o que representa uma alta de 44,3% em relação ao mesmo período do ano passado e supera em 3,3% a média de R$ 3,225 bilhões estimada pelas Projeções Broadcast.
O lucro maior refletiu na rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês), que passou de 11,2% no 2T23 para 15,5% neste trimestre. No mesmo período do ano passado, o banco precisou lidar com o aumento de provisões, entre elas as relacionadas ao caso Americanas, o que afetou o ROAE. Agora, as despesas com provisões para perdas no crédito inclusive recuaram 1,4%, para R$ 5,896 bilhões.
Investidores também repercutem os balanços divulgados ontem pela Tesla (TSLA34) e Alphabet (GOGL34). A Tesla registrou, no segundo trimestre de 2024, um lucro líquido de US$ 1,57 bilhão, queda de 45% na comparação anual, o que resultou em uma desvalorização de 8% nas ações durante o after hours em Nova York. Os investidores mostraram preocupação com as margens de lucro, especialmente devido aos altos custos de produção e às incertezas sobre a demanda futura para veículos elétricos.
Já a Alphabet, controladora do Google, superou as expectativas dos analistas e mostrou uma receita de US$ 84,72 bilhões, um aumento de 14% em comparação ao 2T23. O consenso LSEG projetava uma receita de US$ 84,19 bilhões. Já o lucro líquido da empresa foi de US$ 18,36 bilhões, alta de 28,6% em comparação ao mesmo período de 2023, quando o lucro foi de US$ 18,4 bilhões. O aumento no lucro reflete um crescimento robusto em seus principais segmentos de negócios, incluindo publicidade online e serviços de nuvem. Entretanto, apesar dos números positivos, comentários feitos durante teleconferência pesaram na ação da empresa, que caíram 2% no after hours.
De olho na Europa, os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) preliminares de julho, divulgados pela S&P Global, mostraram uma desaceleração na zona do euro e na Alemanha, com os PMIs compostos caindo para 50,1 e 48,7 pontos, respectivamente. Em contrapartida, o Reino Unido apresentou uma leve recuperação, com o PMI composto subindo para 52,7 pontos, indicando expansão da atividade econômica. Nos Estados Unidos, o PMI composto também será divulgado hoje, às 10h45, e será monitorado de perto por investidores que buscam sinais sobre a saúde econômica do país.
Ainda no cenário internacional, a decisão de política monetária do Banco do Canadá (BoC) é aguardada com expectativa. A movimentação do BoC pode impactar significativamente a cotação do par USDCAD e influenciar a percepção sobre a política monetária norte-americana, uma vez que o Canadá é um importante parceiro comercial dos Estados Unidos.
Em dia de agenda de indicadores locais mais esvaziada, investidores acompanham a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em um evento sobre blockchain no Rio de Janeiro. Sua fala, programada para às 10h, poderá fornecer insights sobre a postura do BC em relação às inovações tecnológicas no setor financeiro. Além disso, as decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN), que serão divulgadas hoje, também estão no radar dos investidores.