Redatora
Publicado em 27 de março de 2024 às 08h48.
A gigante chinês de e-commerce Alibaba anunciou no ano passado a maior reestruturação de sua história – mas a jornada tem sido mais turbulenta do que o antecipado. Na última terça-feira, a companhia anunciou que suspendeu uma parte de seu plano, de listar as ações de sua unidade de logística, Cainiao, na bolsa de valores de Hong Kong.
A intenção havia sido anunciada inicialmente em maio de 2023, com previsão de que o IPO acontecesse em até um ano e meio. Agora, a empresa anunciou que tem interesse em comprar as participações minoritárias da unidade por até US$ 3,75 bilhões.
“Dada a importância estratégica da Cainiao para o Alibaba e a significativa oportunidade de longo prazo que vemos na construção de uma rede logística global, acreditamos que esse é um momento apropriado para duplicar o investimento do Alibaba na Cainiao”, disse o presidente do Alibaba, Joseph Tsai, em um comunicado.
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Não é a primeira vez que o Alibaba desiste de um IPO. Em maio do ano passado, a companhia divulgou que listaria sua unidade de nuvem dentro de um ano. No entanto, em setembro, a empresa abandonou planos de separar seu negócio de nuvem, citando incertezas criadas pelas restrições de exportação dos EUA a chips usados em aplicações de inteligência artificial.
Durante esse processo, o Alibaba também viu uma "dança das cadeiras" com trocas de executivos em posições chave. Em junho do ano passado, o presidente e CEO Daniel Zhang renunciou para se concentrar na divisão de nuvem. Eddie Yongming Wu, presidente do Taobao e Tmall Group do Alibaba, assumiu como CEO, enquanto o vice-presidente executivo Joseph Tsai assumiu como presidente.
No entanto, em setembro, Zhang deixou o negócio de nuvem em uma jogada surpresa e Wu assumiu a unidade. Em dezembro, Wu passou a supervisionar também a unidade de comércio eletrônico doméstico, uma área central para atenção e investimento.
Em fevereiro, o presidente Tsai deu a entender que mais mudanças podem vir por aí. Ele disse a analistas que "faz sentido" sair de alguns dos negócios tradicionais de varejo físico, "mas levará tempo devido às condições de mercado desafiadoras".