Invest

Ações de cannabis disparam após planos de Trump para afrouxar regras

Presidente dos EUA pretende afrouxar as restrições federais sobre a maconha e reclassificar a substância no mesmo nível de alguns analgésicos

Cannabis: ações e ETFs disparam com possível flexibilização (Aleksandr_Kravtsov/Getty Images)

Cannabis: ações e ETFs disparam com possível flexibilização (Aleksandr_Kravtsov/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 12h06.

As ações de empresas de cannabis (a planta da maconha) registram forte alta nas negociações desta sexta-feira, 12, após relatos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende flexibilizar as restrições federais à maconha.

Segundo o jornal Washington Post, o governo prepara uma ordem para reclassificar a substância para a Classe III, um nível menos restritivo e equivalente ao de alguns analgésicos de uso controlado, como esteroides e Tylenol com codeína.

A possível mudança tiraria a maconha do grupo mais severo de controle, hoje compartilhado com drogas como heroína e LSD, e abriria espaço para regras tributárias mais favoráveis, novos investimentos e ampliação do setor. A reclassificação também facilitaria pesquisas e reduziria barreiras regulatórias para empresas de cannabis, embora não signifique legalização federal.

A notícia levou a uma reação no mercado. A empresa Tilray Brands subiu mais de dois dígitos, enquanto a canadense Canopy Growth disparou mais de 33% no pré-mercado. A Innovative Industrial Properties avançou mais de 6%. O ETF Amplify Seymour Cannabis (CNBS) teve alta superior a 19%.

O que se sabe sobre o plano de Trump

De acordo com o Washington Post, Trump discutiu o tema com o presidente da Câmara, Mike Johnson, e com executivos do setor. Embora Johnson tenha expressado ceticismo, o presidente dos EUA indicou que pretende seguir com a reclassificação.

A medida daria continuidade ao processo iniciado ainda no governo do democrata Joe Biden, quando autoridades de saúde recomendaram a mudança em 2023. A proposta, porém, ficou travada na DEA,  a agência de repressão às drogas do país, um órgão federal do Departamento de Justiça americano, e não foi concluída antes da transição de governo.

Para analistas, a decisão pode marcar um ponto de inflexão para empresas que vêm enfrentando dificuldades desde que abriram o capital há cerca de sete anos. As ações da Tilray, por exemplo, acumulavam queda de 36% em 2025 antes do salto desta sexta-feira. O ETF Amplify Cannabis segue caminhando para o quinto ano consecutivo de perdas, mesmo após a recuperação do dia.

Ed Groshans, analista do Compass Point, afirmou que a reclassificação "não era uma questão de 'se', mas de 'quando'", classificando o movimento como "positivo" para o setor. Ele projeta que, caso Trump formalize a ordem em janeiro, a DEA poderá finalizar a proposta de regulamentação até o verão, segundo informações da CNBC.

Já Bill Kirk, da Roth, acompanha a possibilidade de a Suprema Corte decidir, na próxima semana, se analisará um caso envolvendo conflitos entre regulamentações estaduais e a proibição federal. O  julgamento também poderia acelerar mudanças.

Trump publicou vídeo sobre uso medicinal do CBD para idosos

O debate sobre a planta da maconha ganhou força também em setembro, quando Trump divulgou em sua conta no Truth Social um vídeo que exaltava possíveis benefícios do canabidiol (CBD) para a saúde de idosos.

Na ocasião, ações de empresas do setor também dispararam, impulsionadas pela expectativa de avanços regulatórios e inclusão da maconha medicinal no programa federal Medicare.

Atualmente, 24 estados norte-americanos legalizam o uso recreativo da maconha, e cerca de 40 permitem o uso medicinal.

A mudança para a Classe III não legalizaria a substância nacionalmente, mas representa o gesto regulatório mais significativo em década e, para o mercado, voltou a acender a expectativa de um novo ciclo de expansão no setor.

Acompanhe tudo sobre:cannabiscannabis medicinalDonald TrumpAções

Mais de Invest

Larry Ellison perde $24,9 bilhões após queda nas ações da Oracle

Essa startup captou US$ 29 milhões para liderar integração cripto no ambiente corporativo

BofA lança cartão de crédito da Copa com direito à compra antecipada de ingresso

Ibovespa hoje: acompanhe o movimento da bolsa e dólar nesta sexta-feira, 12