Embora a IA ainda não tenha alcançado um estágio em que possa substituir qualquer trabalho de escritório de forma imediata, os impactos no mercado de trabalho já são notáveis (Getty Images)
Redator
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 15h42.
De acordo com um executivo da OpenAI, três setores estão prestes a passar por uma transformação significativa nos próximos anos devido à automação baseada em inteligência artificial. Olivier Godement, chefe de produtos para negócios da empresa criadora do ChatGPT, apontou que as indústrias de ciências da vida, atendimento ao cliente e engenharia de software estão na linha de frente dessa mudança.
Em entrevista ao podcast Unsupervised Learning, Godement destacou as ciências da vida como a área mais promissora para a automação, especialmente nas empresas farmacêuticas. Ele explicou que, embora o desenvolvimento de novos medicamentos envolva pesquisa e experimentação, grande parte do trabalho administrativo – como a coleta e análise de dados – pode ser automatizada. Isso pode reduzir significativamente o tempo entre o desenvolvimento de um medicamento e sua comercialização.
No caso da programação, Godement acredita que a automação ainda não chegou ao ponto de substituir completamente engenheiros de software, mas as ferramentas de IA estão cada vez mais integradas aos fluxos de trabalho das empresas. Isso é evidenciado por um estudo da Indeed, que revelou que funções como engenheiros de software e gerentes de projetos foram algumas das mais impactadas por demissões recentes.
Além disso, a automação está avançando em vendas e atendimento ao cliente. Godement, que está trabalhando em parceria com a empresa de telecomunicação T-Mobile, acredita que, em um ou dois anos, muitas tarefas relacionadas ao atendimento ao cliente poderão ser automatizadas com alta confiabilidade.
Embora a IA ainda não tenha alcançado um estágio em que possa substituir qualquer trabalho de escritório de forma imediata, os impactos no mercado de trabalho já são notáveis. De big techs a bancos e consultorias, especialmente funcionários juniores e cargos intermediários têm sido substituídos por IA.
Nesse cenário, especialistas como Geoffrey Hinton, conhecido como “o padrinho da IA”, alertam que tarefas intelectuais repetitivas e rotineiras, como as desempenhadas por assistentes jurídicos e atendentes de call centers, estão mais vulneráveis à automação do que empregos que envolvem manipulação física, como encanadores.