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Entre recordes e tombos, criptomoedas têm 2025 de institucionalização, marcos e incerteza

Explosão das stablecoins, regulação nos EUA e reservas corporativas foram as grandes tendências de 2025, marcado por forte queda no final do ano

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 12h08.

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O mercado de criptomoedas manteve a sua tradicional volatilidade em 2025, passando por altos e baixos e terminando o ano com novos recordes de preço dos seus maiores ativos. Ao mesmo tempo, o setor manteve uma das tendências mais importantes para o seu futuro: uma crescente adoção por parte do mercado financeiro tradicional.

Após um primeiro semestre marcado por uma grande euforia dos investidores, o setor passou a segunda metade de 2025 alternando entre recordes, estabilidade e quedas intensas, em especial no último trimestre. Com isso, os ativos acabaram devolvendo boa parte dos ganhos obtidos em 2025.

Mas a trajetória dos preços esconde uma série de avanços importantes para o futuro das criptomoedas. Entre a explosão das stablecoins e o avanço da regulação do setor, o mercado cripto segue no centro das discussões em torno de um "mercado financeiro do futuro".

O 'efeito Trump'

Poucos acontecimentos foram tão importantes para o mercado de criptomoedas quanto a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024. E o setor sentiu os efeitos do evento quase que imediatamente, com uma alta intensa que se estendeu pelas primeiras semanas de 2025.

O presidente dos EUA prometeu ao longo da campanha e após a sua posse que transformaria o país na "capital mundial de cripto", buscando incentivar o crescimento do setor e revertendo a postura dura adotada por seu antecessor. Indo além do discurso, Trump adotou uma série de medidas favoráveis para as criptomoedas.

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Os maiores destaques foram a criação de reservas nacionais do bitcoin e outras criptos e a aceleração da tramitação de projetos de lei para a regulação do setor, incluindo a aprovação e sanção do Genius Act, que regula stablecoins. Houve, ainda, mudanças no comando dos reguladores do país que encerram processos e criaram um ambiente pró-cripto.

Ao mesmo tempo, o presidente criou polêmicas. O lançamento de uma criptomoeda meme própria e o crescente envolvimento da sua família com negócios no setor que devem ser diretamente beneficiados por avanços regulatórios renderam críticas e apontamentos de possíveis conflitos de interesse.

Além disso, as medidas econômicas de Trump geraram uma incerteza e aversão a riscos no mercado que acabaram contribuindo para o tombo das criptomoedas no segundo semestre. Em termos de preço, boa parte da alta associada ao presidente dos EUA foi apagada exatamente por ações do político, mostrando que a combinação de Trump com as criptomoedas apenas reforçou a volatilidade do segmento.

A explosão das stablecoins

As stablecoins existem no mercado cripto há anos, mas se consolidaram em 2025 como a grande tendência e um dos principais casos de uso para as criptomoedas. Pareadas a outros ativos, em especial ao dólar, essas moedas digitais são cada vez mais vistas como o futuro das transações internacionais, trazendo velocidade, eficiência e custos menores.

O avanço da regulação nos EUA permitiu que gigantes do mercado pudessem começar o desenvolvimento de projetos próprios envolvendo stablecoins, algo que deve apenas se intensificar em 2026. Ao mesmo tempo, atraiu mais atenção e usuários para projetos existentes, fazendo o valor desses ativos disparar.

A combinação fez com que as stablecoins se tornassem a narrativa mais discutida sobre o mercado de criptomoedas em 2025. Na prática, o sucesso do segmento também representa a capacidade da tokenização de ativos de furar a bolha do mundo cripto, se consolidando como uma tendência emergente no mundo das finanças.

Bolha de reservas corporativas?

Outro acontecimento que determinou o comportamento das criptomoedas foi a onda de criação de reservas corporativas desses ativos por empresas de capital aberto. Inspiradas no sucesso recente da Strategy, pioneira na criação de uma reserva de bitcoin, o grupo acabou tendo resultados mistos.

Em alguns casos, as reservas foram acompanhadas de modelos de negócio ou narrativas que convenceram investidores e valorizaram empresas. Em outros, o movimento pareceu mais publicitário do que estratégico, derrubando ações. Não à toa, alguns analistas já classificam o episódio como uma das "bolhas" do mercado cripto.

Do recorde à queda

Apesar do avanço da institucionalização das criptomoedas, o setor segue com uma alta volatilidade. O ano de 2025 ficará registrado como um dos melhores exemplos dessa característica. O bitcoin, por exemplo, chegou a bater recordes de preço em mais de diversas ocasiões no ano, chegando à nova máxima de mais de US$ 125 mil.

Entretanto, em menos de dois meses o ativo devolveu todos os ganhos de 2025 e apresentou uma leve recuperação em seguida. O ether também teve um comportamento semelhante, chegando a bater um novo recorde após quatro anos e, depois, despencando.

Na prática, o bitcoin e quase todas as maiores criptomoedas devem terminar o ano no zero a zero, uma métrica que acaba escondendo todos os altos e baixos desses ativos no ano.

Institucionalização avança

Apesar da decepção dos investidores com os preços das criptomoedas em 2025, o ano ainda tem um saldo altamente positivo em um aspecto essencial para o futuro do mercado: a institucionalização. Os ETFs de criptomoedas e o cenário regulatório nos EUA têm atraído cada vez mais investidores e capital para o mercado.

Ao mesmo tempo, segmentos como o de stablecoins e tokenização ganham um espaço crescente nas empresas, indicando que a adoção da tecnologia blockchain pode estar no início.

Na ponta negativa, expectativas sobre uma onda de reservas de criptomoedas por países acabaram frustradas, e a consolidação do bitcoin como uma reserva de valor equivalente ao ouro segue incerta. Mesmo assim, o mercado está mais inserido no mercado tradicional que no ano passado, indicando que essa adoção não deve parar tão cedo.

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