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Após CEO criticar criptomoedas, JPMorgan terá papel importante em ETF de bitcoin da BlackRock

Maior banco do mundo foi escolhido pela BlackRock como um "participante autorizado" do seu ETF

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, é conhecido por criticar criptomoedas (Dylan Martinez/Reuters)

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, é conhecido por criticar criptomoedas (Dylan Martinez/Reuters)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 2 de janeiro de 2024 às 16h34.

Última atualização em 2 de janeiro de 2024 às 16h49.

A BlackRock revelou recentemente que a Jane Street e o JPMorgan — o maior banco do mundo — foram escolhidos para atuarem como "participantes autorizados" do seu ETF de bitcoin, cujo pedido está em análise pela SEC. Entretanto, a escolha do banco surpreendeu especialistas.

Documentos compartilhados pela gestora com a SEC estabelecem que o JPMorgan e a Jane Street terão um papel importante no funcionamento do fundo, atuando como intermediários na saída e entrada de dinheiro no ETF para a compra de ativos.

No caso dos ETFs de bitcoin, os participantes autorizados serão responsáveis por gerenciar o fluxo de capital necessário para adquirir as unidades da criptomoeda, podendo também criar novas ações de participação no fundo. Por sua vez, as criptomoedas ficarão sob custódia de outro intermediário, com a corretora Coinbase sendo a escolhida da BlackRock.

A BlackRock foi a única gestora atualmente com pedido junto à SEC que escolheu o JPMorgan como participante autorizado, de acordo com documentos divulgados por outras solicitantes. Eric Balchunas, especialista em ETFs da Bloomberg, classificou a decisão como "um pouco irônica".

O motivo é que menos de um mês atrás, em 6 de dezembro, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou em audiência no Congresso dos Estados Unidos que, se fosse o governo do país, tentaria proibir as criptomoedas.

O CEO disse que "sempre se opôs profundamente às criptomoedas" e associou os ativos digitais a "criminosos" e "traficantes de drogas", além da evasão fiscal. "Se eu fosse o governo, eu as proibiria", disse Dimon.

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JPMorgan e criptomoedas

Por outro lado, o JPMorgan possui diversos projetos próprios envolvendo a tecnologia blockchain e criptoativos, indicando que reconhece o potencial do segmento. O banco possui uma rede blockchain, o Onyx, e lançou recentemente uma cripto própria, a JPM Coin, usada para pagamentos programáveis entre seus clientes.

Também em dezembro, analistas do banco publicaram um relatório em que afirmaram que o ether deverá valorizar mais que o bitcoin em 2024. O JPMorgan divergiu de vários especialistas e afirmou que uma aprovação pela SEC dos atuais pedidos de ETFs de preço à vista da criptomoeda não resultaria em "ganhos significativos" para o ativo.

Os analistas consideram que "existe uma chance alta de que ocorra um efeito de 'compre no rumor, venda no fato' ocorra depois que a aprovação for concedida".O fenômeno, que não é exclusivo do mercado de criptomoedas, envolve uma onda de valorização de um ativo em meio à especulação de que um possível evento irá ocorrer, precificando-o. Mas, depois que o evento se concretiza, há um movimento de venda, prejudicando o ativo.

"O otimismo excessivo dos investidores no mercado cripto decorrente de uma aprovação iminente de ETFs de bitcoin à vista pela SEC acabou levando o bitcoin para os níveis de sobrecompra vistos durante 2021", destacaram os analistas, indicando um cenário de possíveis vendas.

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