Celso Athayde: o que acontece nas Conferências Internacionais das Favelas
Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas (CUFA), começa a relatar o que acontece na Conferências Internacionais das Favelas, realizada em onze países, até o fim de maio
CEO da Favela Holding
Publicado em 3 de maio de 2024 às 11h00.
Salve, amigos e amigas que acompanham nossas contribuições aqui neste espaço da Exame. A partir desta sexta-feira, 03, até 26 de maio, estarei com meu filho, Marcus Vinícius Athayde, acompanhando em 11 países as IFC20 ( Conferências Internacionais das Favelas ). A abertura oficial aconteceu no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, no dia 29 de abril, e a primeira parada fora do Brasil será em Luxemburgo.
As lideranças das CUFAs nos países estão engajadas para esse feito, que será um marco na história: não apenas pela existência da própria instituição em 41 países que abrem caminhos para outros trabalhos sociais, mas por, pela primeira vez, as favelas se articularem globalmente para levarem suas demandas para o G20 no Rio de Janeiro .
Países como Cazaquistão, Uzbequistão, Rússia, Moçambique, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Inglaterra, Bélgica, Suécia e Luxemburgo são alguns dos países que fazem parte dessa primeira etapa dos encontros.
Essas conferências têm o objetivo de reunir a demanda global que as favelas e periferias têmsobre os mais variados assuntos, principalmente nos temas de Desigualdade Social, Sustentabilidade, Direitos Humanos e os problemas e desafios que esses territórios enfrentam em todo o mundo, assuntos que compoêm os principais eixos do G20 Social .
Essa agenda global se conectará com a agenda nacional, na medida em que as mais de 3000 favelas no Brasil que também estarão fazendo suas conferências locais serão representadas no Fórum Mundial das Favelas, que acontecerá no Rio de Janeiro em outubro e unirá todas as propostas que as favelas e periferias possuem em escala global.
Será muito rico tanto para o G20 quanto para vocês terem a chance de entender esses lugares sob o ponto de vista de quem convive com as desigualdades neles. Me refiro aos desafios da diversidade dos países envolvidos, das suas culturas e suas contradições. Mas, sobretudo, suas contribuições para as discussões globais. Passeio que promete!
Então, tá combinado. A partir de hoje, vou escrever aqui o que aconteceu na Conferências Internacionais na EXAME. Mas se por acaso não acontecer nada, eu te conto um pouco também.