Restaurante Mina, do Six Senses Botanique, perto de Campos do Jordão (SP) (Kadu Schiavo/Exame)
Gabriel Aguiar
Publicado em 22 de maio de 2022 às 08h00.
É verdade que a cozinha é fundamental para bons restaurantes. Mas, além do cardápio caprichado, existem outros detalhes que podem ser decisivos para a clientela – como a paisagem, por exemplo. Por isso, CASUAL Exame listou quais pratos vêm acompanhados pelas vistas entre os 100 Melhores Restaurantes do Brasil. Confira!
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É verdade que a posição privilegiada para assistir ao pôr do sol de Búzios (RJ) já seria suficiente para atrair curiosos ao restaurante do Casas Brancas Boutique Hotel & Spa. Para sorte dos clientes, o chef Gonzalo Vidal não pensou assim: o cardápio descomplicado aposta em combinações certeiras, como é o caso do peixe do dia com risoto de moqueca e farofa de castanhas do Pará (92 reais) e do ravióli de rabada com creme de aipim, demi glace e agrião (89 reais). E, ao mesmo tempo que perde o foco com sanduíches, gyozas e porções fritas, oferece a surpreende lula com shoyu clarificado e café.
Rua Morro do Humaitá, 10, Lot. Triângulo de Búzios, Búzios
https://casasbrancas.com.br/gastronomia/74-restaurant/
Entre se manter religiosamente fiel à culinária local e criar identidade própria, o restaurateur Edinho Engel seguiu pela segunda opção. E realizou isso com maestria: o cardápio do Amado é recheado de criações próprias, mas sem ignorar ingredientes que vêm frescos da baía de Todos os Santos, como lambretas e mariscos ao vinho branco (72 reais) ou casquinha de aratu com farofa de licuri (38 reais) – também chamada de palmeira sertaneja. Também há surpresas, como o cupim prensado à cavala (110 reais) e galinhada de pato (98 reais), sempre acompanhados da paisagem de tirar o fôlego.
Avenida Lafayete Coutinho, 660, Comércio, Salvador
http://www.amadobahia.com.br/
Considerando as dimensões continentais do nosso país, é natural que um mesmo restaurante tenha diferentes personalidades em cidades distantes. Mas a Casa do Saulo – que já tinha três restaurantes no Pará –, preservou a essência na recém-inaugurada unidade dentro do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ). Fazem parte do cardápio tucupi com jambu e camarão do Tapajós (24 reais); linguiça de maniçoba, prato típico da região norte com folhas de mandioca e carne de porco (49 reais); e até mesmo o pato no tucupi (94 reais), que é considerado um patrimônio da gastronomia paraense.
Rodovia Interpraias, Km 4, São Francisco do Carapanari, Santarém
Rua Siqueira Mendes, S/N, Cidade Velha, Belém
Rua Doutor Assis, 834, Cidade Velha, Belém
Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro
https://www.instagram.com/casadosaulo/
É verdade que as grandes janelas do Caxiri são praticamente um convite para manter as atenções no icônico Teatro Amazonas – que fica logo em frente. E parece que isso só serviu de inspiração para os pratos ficarem ainda mais caprichados na apresentação. É o caso do arroz de tacacá (84 reais), que reinventa o tradicional caldo de goma de mandioca, camarões e tucupi; da banda de tambaqui com purê de banana (165 reais); ou da moqueca de pirarucu e camarões (150 reais para duas pessoas). Aliás, a influência da região deu origem até ao sorvete com tucupi preto e castanhas (34 reais).
Rua 10 de Julho, 495, Centro, Manaus
https://www.facebook.com/caxirimanaus
Não faltam paisagens de tirar o fôlego em Salvador (BA), mas poucos restaurantes são privilegiados como o Chez Bernard – com paredes envidraçadas de frente para a baía de Todos os Santos. E ainda existe uma boa dose de tradição por trás disso, já que esse foi o primeiro representante da culinária francesa na cidade, fundado em 1963. Desde então, mudou de donos e passou por reformas, mas a essência continua igual. Prova disso é que o cardápio tem ícones como moules frites (72 reais), steak tartare (69 reais), coq au vin (91 reais), filet béarnaise (118 reais) e até sopa de cebola (58 reais).
Rua Gamboa de Cima, 11, Dois de Julho, Salvador
https://www.instagram.com/chezbernard/
Não haveria localização melhor para um descontraído restaurante espanhol: o boêmio bairro do Rio Vermelho, em Salvador (BA). Da cozinha comandada por Jose Morchon, nascido em Valladolid, saem pratos tradicionais de taperias, como pulpo a la gallega (61 reais), patatas bravas (38 reais), gambas al ajillo (54 reais) e croquetas (seis unidades por 54 reais) – e o ideal é pedir para dividir entre todos. Além disso, existe uma carta de vinhos, sangrias, coquetéis e cervejas de fazer inveja a muitos bares tradicionais. Para completar esse pacote, o antigo casarão está de frente para o mar da Bahia.
Rua da Paciência, 251, Rio Vermelho, Salvador
https://www.facebook.com/LaTaperiaSalvadorDeBahia
Não faz nem um ano que o restaurante do tradicional Fairmont Copacabana mudou todo o cardápio – e foi a primeira vez que isso aconteceu. Desta vez, a cozinha deu destaque à grelha e à brasa, além de trazer inspirações caseiras. É o caso do ossobuco preparado a baixa temperatura com demi-glace e raspas de laranja (210 reais). Mas ganharam espaço as receitas preparadas no Josper, uma espécie de forno a lenha, como a lasanha de cordeiro gratinada (150 reais) e o cupim braseado com legumes (230 reais). Nas entradas, há desde crudo de peixe fresco (85 reais) até o steak tartare (85 reais).
Avenida Atlântica, 4240, Copacabana, Rio de Janeiro
https://fairmontrio.com/marine-resto/
Durante a pandemia, o restaurante do Six Senses Botanique – considerado um dos melhores e mais luxuosos hotéis do país, em Campos do Jordão (SP) – se manteve restrito aos hóspedes. Mas o Mina voltou a funcionar normalmente, com menu degustação de oito etapas (885 reais) que já inclui uma garrafa de espumante e bebidas não alcoólicas. Sob o comando de Gabriel Broide, a cozinha prioriza ingredientes produzidos internamente em pratos como barriga de porco com alho negro (283 reais) e peixe em folha de bananeira (272 reais), sempre acompanhados da vista para a Mantiqueira.
Rua Elídio Gonçalves da Silva, 4000, Bairro dos Mellos, Campos do Jordão
https://www.sixsenses.com/pt/resorts/botanique/dining/mina-restaurant
Dá para dizer que a Oficina do Sabor é parada obrigatória para quem visita Olinda (PE): o casarão no centro histórico tem decoração típica – de guarda-sóis de frevo ao tradicional boneco gigante –, e as vistas privilegiadas de toda a região. Mesmo assim, o restaurante não é “caça-turistas”, como prova o cardápio assinado por César Santos, com pratos pernambucanos reimaginados com maestria. Esse é o exemplo do tartar ao sol (48 reais), versão reimaginada da receita francesa com carne de sol; e o cabrito à caçadora (123 reais), de inspiração italiana. Mas, é claro, também há pratos clássicos.
Rua do Amparo, 335, Amparo, Olinda
http://www.oficinadosabor.com/
É difícil imaginar que uma oficina mecânica – transformada em lanchonete há quase 26 anos – seria referência gastronômica em Florianópolis (SC). Só que Jaime Barcelos foi além: o Ostradamus chega a ser considerado o melhor restaurante de ostras do país. Não bastasse uma mãozinha da natureza, que garante ótimos moluscos na Ribeirão da Ilha, o chef criou um sistema de purificação para evitar contaminações. Existem 14 tipos de preparo, além de frutos do mar (a partir de 135 reais para duas pessoas). Mas o bom atendimento, a decoração extravagante e o píer também merecem a visita.
Rodovia Baldicero Filomeno 7640 z, Ribeirão da Ilha, Florianópolis
https://www.ostradamus.com.br/
Foi na tranquilidade da Praia Brava – distante das movimentadas Orla Bardot e Rua das Pedras – que Gustavo Rinkevich decidiu criar um dos melhores restaurantes de Búzios. E não é somente pela vista, mas pelo cardápio cheio de receitas autorais e muita inspiração dos ingredientes locais. Tanto é que os peixes e frutos do mar vêm dos pescadores da região, enquanto os vegetais são da horta própria. Entre as inovações, há ostras fritas com caldo de moqueca (42 reais); ovo com duxelle de cogumelos e espuma de inhame (49 reais); e polvo com homus, ragu de grão de bico e longaniza (162 reais).
Rua da Praia, Praia Brava, Búzios
https://rockafish.com.br/
É na beira do lago – que pertence a um parque de wakeboard – que o Zoi propõe a conexão com a natureza ao redor. Prova disso é a decoração minimalista rodeado por paredes de vidro, que ainda garantem vista privilegiada do pôr do sol. Só que também vale guardar parte do entusiasmo para o cardápio, que capricha nas opções e na apresentação. Entre os clássicos, há camarão rosa grelhado sobre farofa de tapioca frita (97 reais) e cordeiro cozido durante 40 horas com cuscuz marroquino (69 reais), mas também dá para pedir menu de almoço (59 reais) e até combinados de sushi.
Avenida Hermenegildo Sá Cavalcante, S/N, Edson Queiroz, Fortaleza
https://colossofortaleza.com/zoi/