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Mulheres na tecnologia: diversidade é inovação

Empreendimentos feitos por mulheres podem ser muito mais rentáveis, mesmo com a limitada alocação de recursos por parte dos investidores

mulheres no mercado de tecnologia e inovação do Brasil (Luis Alvarez/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 8 de março de 2022 às 17h12.

Por Iona Szkurnik*

Katherine Johnson, Carol Shaw e Cristina Junqueira. O que elas têm em comum? Três destaques em um setor onde os homens ainda são maioria: Tecnologia.

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Katherine foi cientista da NASA e contribuiu com os cálculos da missão Apollo 11. Carol é considerada a primeira mulher a trabalhar com desenvolvimento de jogos eletrônicos no mundo. Cristina Junqueira é co-fundadora do Nubank, maior banco digital da América Latina. A pergunta que fica é: por que elas ainda não fazem parte do imaginário coletivo?

De acordo com um levantamento do Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, a presença feminina no setor tecnológico aumentou 60% nos últimos cinco anos. Ainda há muito a ser conquistado, mas estamos ganhando espaço.

O empreendedorismo feminino também cresceu no mundo. Só no Brasil, o mercado teve um aumento de 40%, segundo a rede RME. Mas a participação no total ainda é baixa. De acordo com um relatório elaborado pelo Distrito em parceria com a Endeavor e a B2Mamy, cerca de 295 das 6.280 startups analisadas foram fundadas por mulheres — ou seja, menos de 5% do total. Essa mesma pesquisa aponta que o setor das Edtechs é o segundo com mais fundadoras - muito provavelmente porque o setor de educação é tradicionalmente composto por mulheres.

Quando olhamos para o total investido, essa diferença é ainda maior. Negócios liderados por mulheres receberam apenas 2,2% dos recursos de venture capital globais nos últimos dois anos. Por outro lado, entregaram o dobro do retorno, de acordo com o fundo We Ventures.

O que isso significa? Os empreendimentos feitos por mulheres podem ser muito mais rentáveis. Mesmo com a limitada alocação de recursos por parte dos investidores, entregamos resultados melhores. Mas, seguimos superando obstáculos muitas vezes invisíveis, como o viés inconsciente na hora de fazer um pitch para uma mesa dominada por homens.

Acredito que esses dados provam o ponto de que mulheres têm sucesso em qualquer circunstância. Gosto muito desse clichê, resume bem e não deixa dúvidas: “Lugar de mulher é onde ela quiser”.

*Iona Szkurnik é fundadora da Education Journey, plataforma focada em desenvolver o ecossistema de inovação na educação, e co-fundadora e membro do Conselho da Brazil at Silicon Valley.

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