PSDB cancela reunião que definiria apoio a Tebet
A questão do adiamento envolve forças políticas dentro do ninho tucano que viram uma oportunidade de lançar um outro nome como candidato
Gilson Garrett Jr
Publicado em 23 de maio de 2022 às 18h05.
Última atualização em 24 de maio de 2022 às 07h15.
O PSDB decidiu cancelar a reunião da Comissão Executiva Nacional que estava convocada para esta terça-feira, 24, informou o partido à EXAME. Após a desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de concorrer ao Palácio do Planalto, o encontro dos líderes da legenda definiria o apoio à senadora Simone Tebet (MDB) como cabeça de chapa da terceira via, no acordo que também envolve o Cidadania.
A questão do adiamento envolve forças políticas dentro do ninho tucano, capitaneadas pelo deputado federal Aécio Neves, que viram uma oportunidade de lançar um outro nome como candidato à Presidência pelo partido. A ideia seria sugerir Eduardo Leite, que ficou em segundo lugar nas prévias do partido, realizadas no fim do ano passado. Ocorre que o presidente da legenda, Bruno Araújo, defende o apoio à Tebet. Por conta do impasse, a decisão do partido foi adiada.
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Nesta segunda-feira, 23, o ex-governador de São Paulo não aguentou a pressão e desistiu de concorrer à Presidência da República. O anúncio foi feito logo depois de uma reunião com líderes do PSDB. Desde a semana passada, os caciques do partido tentavam fazer com que o ex-governador desistisse espontaneamente de concorrer.
A situação ficou mais complicada na semana passada quando MDB, PSDB e Cidadania indicaram, de forma ainda não definitiva, que a senadora Simone Tebet será a cabeça de chapa dos três partidos na disputa ao Palácio do Planalto, representando a terceira via. A decisão, de fato, sairia somente nesta terça-feira após reunião da Executiva das três legendas, realizadas de forma separada.
No conjunto de motivos da desistência de Doria estava a resistência ao seu nome dentro do próprio ninho tucano. Desde que venceu as conturbadas prévias do PSDB vários líderes não aceitaram seu nome, preferindo o ex-governador do Rio Grande do Sul.
No último dia para deixar o comando do governo de São Paulo por conta da Lei Eleitoral, no fim de março, Doria ameaçou desistir dos planos de concorrer à Presidência, ficar no cargo até o fim do mandato, e sair da vida pública em janeiro de 2023.Aos 45 do segundo tempo, ele renunciou ao mandato com a condição de que teria o apoio do PSDB. Agora, isolado, deixou a vida pública com um "até breve".
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