Marcelo Odebrecht deixa prisão e encara disputa com seu pai
ÀS SETE - Rompido com o pai, Emílio Odebrecht, Marcelo terá de ficar até 2025 longe da empreiteira por ordem da Justiça
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 06h47.
Última atualização em 19 de dezembro de 2017 às 07h48.
Nesta terça-feira, a carceragem da Polícia Federal em Curitiba se despede de um dos mais célebres de seus prisioneiros, o empresário Marcelo Odebrecht .
Ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, ele encerra seu período de 914 dias em regime fechado e segue para a prisão domiciliar em sua mansão na Zona Sul de São Paulo.
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O imóvel no conjunto residencial Jardim Pignatari é o mesmo em que Odebrecht foi preso no dia 19 de junho de 2015, quando se preparava para o tradicional banho de piscina pela manhã.
Com a tornozeleira eletrônica, o empreiteiro poderá desfrutar de seus antigos hábitos, dos tempos em que era “apenas” o dono de uma fortuna de 10 bilhões de reais.
Nos dois anos e meio que ficou atrás das grandes, Odebrecht foi o troféu dos investigadores em Curitiba.
Tanto que a operação que o deteve foi batizada de “Erga Omnes”, expressão que afirma que a lei é feita para todos.
Foi preciso um ano e meio de prisão para que Odebrecht capitulasse para uma colaboração premiada, que por bastante tempo foi apelidada de “delação do fim do mundo”.
Eram tempos em que a delação do grupo J&F, que envolveu gente graúda e com provas substantivas, estavam longe de vista.
Revelaram-se suspeitas contra o presidente Michel Temer, que teria pedido pessoalmente dinheiro para caixa dois de campanhas peemedebistas, propinas na área de infraestrutura em arenas da Copa do Mundo, Olimpíada de 2016, hidrelétricas, portos e estradas.
As denúncias envolveram líderes do PMDB, do PSDB e do PT, além de seus aliados. Odebrecht ajudou a fulminar a carreira política do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e entregou novas provas a denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai a julgamento em janeiro.
Os efeitos da delação de Odebrecht e de 76 outros executivos da empresa ainda se desenrolam. Enquanto isso, o empresário passará dois anos e meio em domiciliar com restrição de saídas e visitas.
Rompido com o pai, Emílio, terá de ficar até 2025 longe da Odebrecht por ordem da Justiça. A contenda familiar fez com que Emílio forçasse uma cláusula no regimento da empresa que pode impedir para sempre o retorno de Marcelo para a companhia.
Odebrecht tenta uma aliança com os primos Francisco Peltier de Queiroz Filho e Emilio Odebrecht Peltier de Queiroz para tocar a holding familiar Kieppe, que controla a Odebrecht.
A prisão domiciliar de Marcelo Odebrecht não será dedicada apenas a banhos de piscina.