Melhores cidades: Representantes de São Paulo, Carapicuíba e Hortolândia (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 15h49.
São Paulo, Carapicuíba e Hortolândia prometem intensificar investimentos em infraestrutura e observam a reforma tributária como fator decisivo para o desempenho da administração pública. Durante o Fórum Infraestrutura, Cidades e Investimentos EXAME, realizado nesta terça-feira, 10, representantes das cidades destacaram suas estratégias para permanecerem no topo do ranking de Melhores Cidades para fazer Negócios.
Sobre o resultado deste ano, Marcos Monteiro, secretário de Infraestrutura da cidade de São Paulo, explicou que a gestão de Ricardo Nunes (MDB) focou em manter as contas no azul e aumentar a segurança jurídica, atraindo mais investimentos.
"Conseguimos trazer 51 mil novas empresas nos últimos quatro anos, gerando um faturamento adicional de R$ 1,1 bilhão. Com a manutenção do prefeito Ricardo Nunes, faremos ainda mais nos próximos anos", afirmou. São Paulo foi vencedora nas categorias Serviços e Comércio.
Carapicuíba, que se destacou como a melhor cidade para negócios na Educação, enfrentou desafios para crescer entre cidades como Osasco e Barueri, conforme relatou o prefeito Marcos Neves.
“Desde 2017, investimos para trazer desenvolvimento e melhorar os números da educação. Nos últimos cinco anos, 44 novas empresas do setor se instalaram na cidade, elevando o faturamento e criando empregos”, destacou. Segundo ele, os investimentos ultrapassam R$ 1 bilhão, contando com recursos dos governos federal, estadual e municipal.
Rafael Balago, repórter da EXAME, ressaltou ainda a relevância de outras cidades da região Oeste do estado de São Paulo no ranking, como Cotia (Indústria) e Jandira (Setor Imobiliário).
Em Hortolândia, vencedora na categoria Saúde, o prefeito Zezé Gomes atribuiu o resultado ao investimento contínuo desde 2005, principalmente em saneamento básico. "Atingimos a universalização do saneamento e avançamos no recapeamento e na instalação de fibra óptica. A cidade atraiu empresas como EMS e Galderma, alcançando um orçamento de mais de R$ 1,5 bilhão", afirmou.
Marcos Monteiro, secretário de Infraestrutura de São Paulo, demonstrou preocupação com os efeitos da reforma tributária na arrecadação municipal, mas destacou que a cidade já tem R$ 12,9 bilhões em investimentos previstos para 2025. “Provavelmente vamos abrir mais espaço. Já temos programas importantes em andamento, principalmente em infraestrutura, como o Pode Entrar, voltado para habitação, recapeamento e ônibus elétricos”, afirmou.
Monteiro reforçou que a prefeitura está focada em atrair investidores e que há bons projetos em desenvolvimento pelas secretarias municipais. Segundo ele, o centro de São Paulo será um dos grandes focos nos próximos anos. “Essa área vai se tornar um hub, principalmente para serviços. É um ótimo lugar para negócios, com alternativas robustas e sem riscos significativos”, destacou.
O prefeito de Hortolândia, Zezé Gomes, destacou que a cidade também enfrentará desafios com a reforma tributária e precisará readequar o orçamento para os próximos anos. “No decorrer de quatro anos, ajustaremos as finanças para equilibrar o orçamento. Estamos trabalhando nisso porque os investimentos são necessários”, afirmou.
Gomes ressaltou que Hortolândia buscará recursos privados e apoio dos governos federal e estadual para continuar avançando em áreas como saneamento e infraestrutura. “Essas parcerias são fundamentais para nossos projetos futuros”, complementou.
Diferentemente de São Paulo e Hortolândia, o prefeito Marcos Neves, de Carapicuíba, afirmou que a cidade terá um aumento na arrecadação com a reforma tributária. Com um orçamento projetado de R$ 950 milhões para 2025, o município espera dar continuidade a mais de 70 obras de infraestrutura deixadas pela atual administração.
“A reforma vai ampliar nossos recursos, permitindo maiores investimentos na população. Nos últimos oito anos, tivemos muitas dificuldades para gerenciar o dia a dia por causa do orçamento limitado”, explicou Neves, que está em seu último ano de mandato. Ele também destacou que a cidade continuará buscando recursos externos para intensificar os investimentos.
São Paulo, a maior cidade do Brasil, está cercada de polos de empresas e negócios por quase todos os lados. Nos últimos anos, a região Oeste da Grande São Paulo ganhou força, um movimento captado pela edição de 2024 do ranking Melhores Cidades para Negócios, uma publicação anual da Urban Systems em parceria com a EXAME, que chega ao 11º ano.
O ranking Melhores Cidades para Fazer Negócios é calculado a partir de um Índice de Qualidade Mercadológica (IQM), que aponta quais municípios oferecem melhores condições para as empresas, com base em dados de população, de fluxo de comércio, características urbanas e infraestrutura, entre outros pontos.
A lista de vencedoras de 2024 é: