Praça Rio Branco, no centro de Belo Horizonte, reformada no começo de 2025 (Rodrigo Clemente/PBH/Divulgação)
Repórter de internacional e economia
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 13h00.
Última atualização em 3 de dezembro de 2025 às 11h00.
Belo Horizonte passa por transformações em sua área central e em suas artérias, que impulsionam o mercado imobiliário. A prefeitura busca ampliar a ocupação residencial dos bairros próximos ao centro, onde há melhor infraestrutura, e faz também obras de peso, como a reforma do Anel Rodoviário, importante via que conecta as rodovias BR-040 e BR-381, e a construção da linha 2 do metrô, prevista para ser entregue em 2028.
Essas obras aqueceram o mercado de trabalho na construção civil, o que abre espaço para mais negócios, de acordo com a consultoria Urban Systems, que organiza o ranking Melhores Cidades para Fazer Negócios, divulgado com exclusividade pela EXAME.
Com isso, Belo Horizonte foi eleita a vencedora na categoria Construção Civil/Mercado Imobiliário.
Ao mesmo tempo, há uma aposta forte do Executivo local na desburocratização e na retomada das áreas centrais. “A primeira coisa que a gente fez foi destravar a cidade. Nós fizemos uma campanha que 'BH é a cidade do sim'. Belo Horizonte estava muito presa a dizer não para as pessoas, principalmente a quem queria empreender”, diz Álvaro Damião (União Brasil), prefeito da cidade.
Uma das estratégias da prefeitura é aumentar o interesse em bairros próximos ao centro, como Lagoinha, Carlos Prates, Concórdia e Colégio Batista.
“Demos isenção de IPTU e ITBI (impostos imobiliários) para a construção nessas áreas. Estamos fazendo as pessoas entenderem que esses bairros têm condições de receber grandes prédios e modalidades novas de empreendimentos”, afirma Damião.
A prefeitura também aprovou a Lei do Retrofit para facilitar a revitalização da área central, a mais antiga da cidade.
“Com os estímulos ao setor que passam a vigorar a partir de 2026, as oportunidades serão robustas”, diz Flávia Vieira, vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).
Ela também aponta uma forte alta no mercado de luxo, mais concentrado na zona sul. Uma pesquisa da Brain Consultoria aponta que o mercado imobiliário de Belo Horizonte e de Nova Lima, cidade considerada uma extensão da zona sul, subiu 13,6% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. Já o segmento de luxo e alto luxo avançou 35,1% no mesmo período.
O ranking Melhores Cidades para Fazer Negócios é um estudo feito pela consultoria Urban Systems, com exclusividade para a EXAME. O estudo é calculado a partir de um Índice de Qualidade Mercadológica (IQM), que aponta quais municípios oferecem melhores condições para as empresas, com base em dados de população, de fluxo de comércio, características urbanas e infraestrutura, entre outros pontos.