Temer inicia nova maratona de reuniões pelas reformas
Desta vez, o presidente deve ter mais de 12 horas de encontros seguidos, numa pauta ampla
EXAME Hoje
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 06h34.
Última atualização em 22 de agosto de 2017 às 08h35.
O presidente Michel Temer inicia nova ofensiva de corpo a corpo com parlamentares nesta terça-feira, dia em que a reforma política volta à pauta do Congresso. O ritmo de reuniões se intensifica como aconteceu logo antes da votação da denúncia por corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Naquela ocasião, a ideia era convencer parlamentares de que ele representava a estabilidade do país e a retomada econômica. Os discursos de apoiadores mostram que o plano deu certo. Agora, é hora de mostrar que “estabilidade” não significa “estagnação”.
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Desta vez, o presidente deve ter mais de 12 horas de encontros seguidos, numa pauta ampla. Para salvar o novo Refis, programa de renegociação de dívidas de empresas com a União, o governo articula novo texto para chegar a um meio termo: pretendia arrecadar 15 bilhões de reais, mas alterações feitas na Câmara reduziram as previsões para 500 milhões de reais. Serão negociadas também concessões de aeroportos, como o paulistano Congonhas, e leilões de hidrelétricas e de campos de petróleo. Por fim, quer dar andamento na votação na comissão que aprecia a medida provisória que cria a TLP para contratos no BNDES.
O presidente encontra dificuldades em duas frentes. A primeira e óbvia: deputados federais que lhe apoiaram no arquivamento da denúncia no início do mês querem seus prêmios pela lealdade. Muitos acreditam que se expuseram ao defender o presidente em votação transmitida em horário nobre de TV aberta. Partidos do centrão cobram espaços e cargos no governo para controlar e liberar verbas para seus currais eleitorais. Temer remanejou poucos postos desde a votação e nenhum ministério. As legendas pequenas estão de olho nos quatro ministério do PSDB, que rachou na votação.
A segunda frente é a votação da reforma política. Os deputados, ansiosos por garantir suas reeleições no ano que vem, articulam a mudança de sistema eleitoral no país. A votação em plenário do distritão e de um fundo para financiamento de campanha de 3,6 bilhões de reais foi adiada durante toda a semana passada. Nesta terça, ela volta à pauta. Parlamentares têm pressa, pois as mudanças ainda passam pelo Senado e devem ser sancionadas antes de outubro. Ontem, o presidente defendeu o “semi-presidencialismo”, em mais uma proposta que confunde a cabeça do eleitor. Com tanta pressa para a aprovar mudanças, o mais difícil é colocar os interesses do país em primeiro lugar.