Para muita gente pular as sete ondas é essencial para finalizar um ano e começar outro (Phil Clarke Hill/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 28 de dezembro de 2023 às 09h40.
Lentilhas, uvas, romãs, roupas brancas e um espumante são alguns dos itens que devem constar na lista de compras de muita gente na semana que antecede o Ano Novo. Isso porque essa é a época do ano marcada por várias simpatias, que muitas vezes fazemos sem ao menos saber suas origens. O importante, nessa altura do campeonato, é garantir sorte, paz, amor e fortuna para o ano de 2024.
Para isso, é de praxe, pelo menos no Brasil, que os convidados da festa de Réveillon usem branco, comam lentilha, façam simpatias com uvas, louro ou romã e brindem enquanto pulam as sete ondas. Mas, afinal, de onde vieram esses costumes?
Essa tradição surgiu por influência de religiões como a Umbanda e o Candomblé. Isso começou nas praias do Rio de Janeiro e Salvador, mas hoje é praticado em todas as cidades, de norte a sul. Vale lembrar, inclusive, que a cor representa o orixá Oxalá, que é associado à criação, à paz, à harmonia e à sabedoria, sendo associado a Jesus Cristo.
É comum também que as cidades litorâneas fiquem lotadas nessa época do ano, já que para muita gente pular as sete ondas é essencial para finalizar um ano e começar outro. Segundo a tradição, isso traz a purificação e força de Iemanjá -- e é, portanto, também uma tradição vinda das religiões afro-brasileiras. Já o número sete representa o orixá Exú.
Para provar que o Brasil é mesmo um país miscigenado, muitas famílias não deixam faltar lentilha na ceia do Ano Novo, tradição que foi trazida para o Brasil pelos imigrantes italianos. O grão deve ser o primeiro alimento consumido no Ano Novo para atrair fartura e prosperidade financeira. Apesar de ter uma origem incerta, muitos dizem que o formato da lentilha lembra uma moeda.
Já a simpatia do romã pode ser praticada entre o período do Natal e o Dia de Reis, no dia 6 de janeiro. A origem de colocar os caroços dos grãos na carteira remete aos três Reis Magos, Baltazar, Gaspar e Belchior, que levaram presentes a Jesus em seu nascimento. A fruta é consumida há pelo menos seis mil anos, tendo vindo da região entre Irã e Noroeste da Índia. Ela foi considerada por muitas religiões como um fruto sagrado, associado à fertilidade. No Brasil, não é tão fácil encontrá-la, por isso a simpatia pode ser feita com louro ou sementes de uva.
Já a tradição do champagne no Ano Novo começou no século XIX, na França. A bebida era considerada mais luxuosa e cara do que o vinho comum, então se popularizou entre a realeza e a aristocracia, que utilizavam a bebida como símbolo de status para celebrar ocasiões importantes.
A palavra Réveillon também tem origem francesa. Ela vem do verbo réveiller, que significa "acordar" ou "reanimar". Na França, o termo era usado para descrever uma refeição leve feita à noite para impedir que as pessoas dormissem.