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‘Porta do inferno’ expande na Sibéria e preocupa cientistas

Um quarto da superfície terrestre do Hemisfério Norte é composto por essa terra congelada chamada permafrost

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 21 de maio de 2024 às 11h48.

Última atualização em 21 de maio de 2024 às 11h58.

Novas pesquisas detalharam uma taxa alarmante na qual a enorme cratera Batagaika, na Sibéria, está devorando a superfície terrestre, expandindo-se a uma taxa de 1 milhão de metros cúbicos devido ao derretimento do permafrost — terreno congelado durante pelo menos dois anos e que está formado por terra, rochas e sedimentos Atualmente, ela mede cerca de 1 km de comprimento e 800 metros de largura. E está acelerando. As informações são da Deutsche Welle.

Localizada na Cordilheira de Chersky, no nordeste da Sibéria, a cratera Batagaika não é tecnicamente uma cratera, mas sim uma depressão — uma espécie de 'megadeslizamento' causada pelo colapso e fraturamento do solo devido à perda do permafrost. Ela foi descoberta em 1991 após a abertura subterrânea se expandir e levar consigo uma grande parte de encosta.

Um quarto da superfície terrestre do Hemisfério Norte é composto por essa terra congelada, que pode variar de poucos metros de profundidade a quase 1 quilômetro.

Por que na Sibéria e por que tanto medo?

Sua rápida expansão é agora impulsionada pelo aumento das temperaturas do ar, o que desencadeou um ciclo que provavelmente não vai desacelerar enquanto houver gelo para derreter.

Quando a camada de permafrost derrete, ela passa de uma consistência de concreto para uma massa lamacenta, incapaz de suportar a vegetação na superfície. À medida que as bordas colapsam, o solo perde as copas das árvores que o protegiam do sol (e do calor). Nesse ponto, a matéria orgânica recém-exposta, que não está mais preservada no gelo, se decompõe e libera carbono na atmosfera, alimentando ainda mais o aquecimento atmosférico. Isso, naturalmente, resulta em mais perda de permafrost.

Quanto aos microrganismos antigos, não se sabe se eles conseguem sobreviver por muito tempo quando expostos à atmosfera da Terra — como também não há estudos apontando se a medicina moderna estão preparada para lidar com vírus "retornando" após 50 mil anos de dormência. Em 2016, acredita-se que o degelo do permafrost liberou o Bacillus anthracis, causador do antraz, que matou 2.649 renas, resultando em dezenas de moradores doentes e a morte de uma criança na Sibéria.

A dramática formação da cratera Batagaika — que ganhou os apelidos de 'portal para o submundo' e 'portal para o inferno' — tem bordas íngremes que revelam permafrost estimado em 650 mil anos. Atualmente, ela tem cerca de 50 metros de profundidade, com áreas que chegam a 100 metros.

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