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Dona de Harry Potter negocia venda exclusivamente com Netflix

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, Warner Bros. e Netflix discutem termos da compra

Harry Potter: filme faz parte do catálogo da Warner Bros (Warner Bros./Reprodução)

Harry Potter: filme faz parte do catálogo da Warner Bros (Warner Bros./Reprodução)

Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 05h54.

Última atualização em 5 de dezembro de 2025 às 07h58.

A Warner Bros. parece estar perto de solucionar seu problema financeiro. Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a gigante, dona de filmes como Harry Potter e séries como Friends Gilmore Girls, estaria em conversas exclusivas com a Netflix (NFLX).

A negociação gira em torno da venda dos estúdios de cinema e TV da Warner, bem como de sua plataforma de streaming, HBO Max, para a gigante do entretenimento. De acordo com o site, a Netflix está oferecendo uma taxa de rescisão de US$ 5 bilhões caso a transação não seja aprovada pelos reguladores, com um possível anúncio do acordo nos próximos dias, caso as negociações sigam sem obstáculos.

O negócio representaria uma grande mudança estratégica para a Netflix, que até então construiu seu império de conteúdo original sem contar com um catálogo tão vasto de produções históricas como a Warner Bros.

O acordo incluiria não apenas o conteúdo da HBO, como The Sopranos e Succession, mas também o acervo cinematográfico e televisivo do estúdio.

O processo de venda, que teve início formal em outubro, gerou intensa competição entre empresas como a Paramount Skydance e Comcast. A Paramount, que havia feito várias ofertas não solicitadas, acusou a Warner Bros. de favorecer a Netflix durante o leilão, afirmando que o processo era "viciado". Além disso, a gigante de mídia de David Ellison argumentou que sua proposta seria mais favorável aos reguladores.

Caso o acordo seja concretizado, a Netflix se tornaria não apenas a líder do streaming, mas também uma potência no setor de conteúdo, com um portfólio que a colocaria à frente de concorrentes como Disney e Paramount.

A crise da Warner

A Warner enfrenta uma das maiores crises da história recente do setor de mídia.

Desde a fusão entre WarnerMedia e Discovery, em 2022, a companhia perdeu quase 60% de valor de mercado e viu seu braço de televisão linear — que inclui CNN, TNT e Discovery Channel — encolher diante do avanço do streaming.

Em 2024, a empresa registrou um prejuízo contábil de US$ 9,1 bilhões com desvalorização desses ativos e sofreu novo baque em 2025 com a perda dos direitos de reprodução dos jogos da liga americana de basquete, a NBA.

O cenário piorou com a queda de receitas no primeiro semestre de 2025 e o rebaixamento da nota de crédito pela agência S&P para grau especulativo. É esperado que as receitas de publicidade e TV paga continuem a cair até 2026.

Apesar da deterioração financeira, a WBD recusou três propostas de aquisição da Paramount até o momento, incluindo uma oferta final estimada em US$ 75 bilhões, que prevê a transferência da obrigação da dívida para a companhia.

Para a Warner, especialmente para o CEO David Zaslav, o valor oferecido é uma subavaliação dos ativos, e mostra uma "incompatibilidade estratégica". Há também o temor sobre riscos regulatórios com agências americanas.

Em vez de fechar a oferta com a Paramount diretamente, a empresa iniciou um processo formal de leilão, buscando atrair lances parciais de grupos como Netflix e Comcast, interessados apenas nos estúdios e na plataforma HBO Max.

Como alternativa à venda total, a WBD também estuda a divisão da empresa em duas até 2026: uma unidade com foco em streaming e produção cinematográfica, sob comando de Zaslav, e outra com os ativos de televisão linear, liderada pelo CFO Gunnar Wiedenfels. Desse modo, a Warner conseguiria vender partes separadas de sua companhia e, assim, ter mais controle sobre a aquisição.

Paramount quer o controle total

A proposta mais agressiva para a aquisição total da Warner Bros. Discovery (WBD) é liderada por David Ellison, CEO da Paramount Skydance, que tem como objetivo consolidar a WBD em um único conglomerado de mídia.

A coalizão financeira por trás da oferta inclui potentes fundos do Oriente Médio, com Arábia Saudita, Abu Dhabi e Catar fornecendo sustentação capital. A operação conta com o forte apoio de Larry Ellison, cofundador da Oracle e um dos homens mais ricos do mundo, que se comprometeu a financiar parte significativa da oferta.

A proposta também é articulada por figuras influentes como Jeff Zucker, ex-presidente da CNN, e Turki Alalshikh, chefe da Autoridade Geral de Entretenimento da Arábia Saudita, cujos vínculos com o governo saudita garantem peso político à operação.

Fontes indicam também que o presidente Donald Trump demonstrou apoio político à proposta da Paramount, após um encontro com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman (MBS). A Paramount também está disposta a assumir a dívida da Warner para garantir a aquisição total.

A junção de ambos os grupos formaria um gigante com mais de 200 milhões de assinantes de streaming e um portfólio de conteúdo ainda mais completo, rivalizando com as maiores potências do setor, como Disney e Netflix.

Warner Bros. Discovery

Warner: crise financeira cria disputa acirrada por seus ativos (Jacek_Sopotnicki/Getty Images)

Netflix e Comcast disputam ativos seletivos

A Netflix, por sua vez, considera a aquisição dos estúdios Warner e da plataforma de streaming HBO Max.

A transação, no entanto, enfrenta riscos regulatório, principalmente pela concentração de mercado que a união de dois grandes serviços de streaming — Netflix e HBO Max — poderia gerar, o que atrairia a atenção de autoridades antitruste, especialmente nos EUA e na Europa.

Por outro lado, a Comcast apresenta uma proposta estratégica focada na integração dos estúdios Warner aos da Universal e propõe combinar o HBO Max com o Peacock, criando um super-streaming que poderia disputar de forma mais agressiva com a Netflix e a Disney+.

A proposta exclui da negociação os canais a cabo da WBD, como CNN, TNT, Food Network e outros, já que a Comcast não tem interesse no segmento de televisão tradicional, o qual continua perdendo audiência devido à migração para o digital.

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