Atual homem mais rico do mundo, Bernard Arnault, dono da LVMH, tem uma fortuna estimada em US$ 162 bilhões (Nathan Laine/Getty Images)
A lista do centibilionários, como são chamadas as pessoas com fortunas superiores a 100 bilhões de dólares, encolheu ao longo de 2022 para seis empresários que, juntos, têm uma fortuna estimada em US$ 733 bilhões. No ano anterior, o clube contava com 11 bilionários.
Entre os motivos para a redução, estão os dados macroeconômicos - como taxas de juros e inflação mais elevados – e resultados não tão positivos das companhias, o que fez com que perdessem valor nas bolsas de valores. Como consequência, os bilionários registraram perdas em suas fortunas.
No grupo, nomes como:
Entre os seis da lista atual, apenas um é novato, o indiano Gautam Adani. Ao longo de 2022, Adani se tornou o terceiro homem mais rico do mundo, com fortuna estimada em 119 bilhões, acumulando ganhos de US$ 42,2 bilhões no ano. Os dados são do índice de bilionários da Bloomberg, que acompanha as 500 maiores fortunas globais.
Atual homem mais rico do mundo, Bernard Arnault é dono da LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), empresa que engloba, entre outras marcas, Louis Vuitton, Tiffany’s, Sephora e a Dior.
O executivo francês comprou o controle acionário da LVMH em 1989, dois anos depois que o grupo foi formado como resultado da fusão da Louis Vuitton com a Moët Hennessy. Desde então, ocupa as posições de presidente e CEO da empresa.
Nas últimas três décadas, Arnault transformou a LVMH em uma potência de bens de luxo com 75 marcas. Entre os produtos, comercializam vinhos, moda, artigos de couro, perfumes, cosméticos, relógios, joias, viagens de luxo e estadias em hotéis.
Em janeiro de 2021, o grupo concluiu a aquisição de joalheria americana Tiffany & Co por US$ 15,8 bilhões, a maior transação da indústria do luxo.
Fundador de empresas como Tesla e SpaceX, Elon Musk se mantém no clube dos centibilionários mesmo após perder mais de US$ 138 bilhões ao longo do ano. A derrocada fez o executivo deixar o posto de homem mais rico do mundo e encerrar o ano com fortuna avaliada em US$ 132 bilhões.
A diminuição é, em parte, explicada como resultado do cenário econômico mundial mais desafiador com guerra na Ucrânia e o temor de recessão generalizada, o que contribuiu para a queda das ações da Tesla.
Outra fatia muito importante nesta equação foi a compra do Twitter, decisão que envolveu muitas idas e vindas e polêmicas. Quando concluiu o negócio, Musk vendeu volumes expressivos de suas ações da Tesla para honrar os novos compromissos.
O fato gerou desconfianças em muitos acionistas da fabricante de carros que, em ato seguinte, começaram a vender as suas próprias ações. Consequência: desde o início do ano, as ações perderam cerca de 70% do valor.
Gautam Adani se tornou o primeiro homem asiático a alcançar o pódio no índice da Bloomberg. Ele lidera o Adani Group, um conglomerado que fundou em 1988 e que tem atuação diversificada em transporte, logística e desenvolvimento de infraestrutura.
Os investimentos do magnata vão desde minas de carvão a portos, aeroportos e usinas de energia — essas últimas numa tentativa mais recente de se tornar um produtor massivo de energias renováveis.
Todas as companhias fundadas por Adani são listadas em Bolsa e o bilionário detém boa parte das ações de cada uma delas. Nas empresas Adani Enterprises, Adani Power e Adani Transmission, por exemplo, concentra 75% de participação. Também possui mais da metade das ações da Adani Ports & Special Economic Zone e da Adani Green Energy e 37% das ações da Adani Total Gas.
Além disso, ele é o dono do maior porto comercial da Índia e de uma das maiores minas de carvão do país. Outro ativo importante é o aeroporto de Mumbai, o principal do país. Ele detém 75% de participação.
O empresário entrou para a lista de bilionários em 2008, 20 anos após a criação da empresa que se transformaria em um conglomerado.
Quarto homem mais rico do mundo, Bill Gates, fundador da Microsoft, encerra o ano com fortuna avaliada em US$ 109 bilhões, uma redução de US$ 29,4 bilhões em relação ao fim de 2021.
Entra na conta, porém, uma doação de US$ 20 bilhões que Gates anunciou no meio do ano para a fundação de Fundação Bill & Melinda Gates, instituição filantrópica que ele criou com sua ex-esposa Melinda French.
O executivo também disse ao longo do ano que pretende doar “praticamente” toda a riqueza para a fundação. “Ao olhar para o futuro, pretendo doar praticamente toda a minha riqueza para a fundação. Vou descer e eventualmente sair da lista das pessoas mais ricas do mundo”.
As I look to the future, I plan to give virtually all of my wealth to the foundation. I will move down and eventually off of the list of the world’s richest people.
— Bill Gates (@BillGates) July 13, 2022
Conhecido como Oráculo de Omaha - referência ao conhecido financeiro e à cidade onde nasceu -, o megainvestidor Warren Buffett, fundador da Berkshire Hathaway, foi quem menos perdeu dinheiro em 2022, “apenas”, US$ 3,4 bilhões.
Além do interesse pelo mercado financeiro, Buffett, assim como Gates, é filantropo e destina quantias elevadas para causas sociais.
No fim de novembro, ele anunciou uma doação de US$ 759 milhões em ações da Berkshire Hathaway (BERK34). Em julho, já tinha feito outra doação de US$ 4 bilhões.
Ex-homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, fundador da Amazon e da Blue Origin, quase fica de fora do clube dos 100 bilhões. O executivo perdeu US$ 87,6 bilhões em 2022 e chega ao fim de dezembro com fortuna avaliada em US$ 105 bilhões.
A queda reflete os números mais fracos da Amazon, de onde vem a maior parte da sua fortuna. Desde o começo do ano, as ações da gigante do varejo retrocederam cerca de 50%.
Ao longo de 2022, ele também perdeu uma posição entre os homes mais rico do mundo e está em quarto lugar. A terceira foi ocupada pelo empresário indiano Gautam Adani.