Conheça a Soluti, empresa goiana que fez a sua quarta aquisição e deu início à internacionalização
A empresa fechou a compra da peruana Identity del Peru S.A
Repórter de Negócios
Publicado em 25 de agosto de 2023 às 07h00.
Última atualização em 25 de agosto de 2023 às 12h55.
Com o mercado de identidade digital aquecido, a brasileira Soluti está ampliando a sua área de atuação. A empresa fechou a aquisição na manhã desta quinta-feira, 24, da peruana Identity del Peru S.A, uma empresa conhecida no mercado pela oferta da plataforma de assinatura digital IntelliSign.
A ferramenta é usada por negócios de grande porte como Coca-Cola, Novonor, Ripley e American Express e Mineração Buenaventura. Segundo cálculos da peruana, 25% das 100 maiores companhias do Peru de acordo com a Forbes estão em sua carteira de clientes.
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Agora em mãos brasileiras, as soluções devem ganhar um novo escopo, atendendo estabelecimentos de tamanhos médio e pequeno. Os produtos da companhia, incluindo soluções de biometria e duplo fator de autenticação, são utilizados nas empresas para ações como gestão documental e processos de contratação de profissionais e fornecedores.
No total, o portfólio da Identity compreende cerca de 2.000 clientes no Peru e ainda na Colômbia, Bolívia, Chile e Estados Unidos. O valor da compra não foi revelado.
Como será o processo de expansão da Soluti
Esta é a quarta aquisição na história da Soluti, que começou a combinar estratégias de crescimento orgânico e inorgânico em 2017. A movimentação marca, no entanto, o primeiro passo no processo de expansão internacional.Os estudos de viabilidade começaram há pouco mais de 1 ano.
Como os países têm regulamentações diferentes sobre o tema, a empresa ficou um tempo estudando o mercado e se conectando com players que atuam em países vizinhos. Neste processo, avaliou 60 e chegou a abrir conversas com 30 antes de fechar com a Identity.
“Nós entendemos que a Soluti já era grande e que o crescimento orgânico impactaria pouco. Fusões e aquisições funcionam melhor como estratégia para entrar nestes mercados”, afirma Vinicius Sousa, cofundador e CEO da Soluti. Em 2022, a Soluti faturou 130 milhões de reais e estima alta 15% a mais neste ano.
Além da atuação no mercado peruano, a opção pela Identity está relacionada à presença da empresa em países vizinhos e nos Estados Unidos. No curto prazo, esses territórios são vistos como os ideais para a empresa ter uma presença sólida.
Como a Soluti planeja expandir sua presença em territórios internacionais
“A empresa tem muito a complementar. Além de nos posicionarmos, o produto é muito vendável para a América Latina inteira e o sul dos Estados Unidos”, afirmaEdival Júnior, diretor de expansão da Soluti. O executivo chegou há 18 meses e lidera a entrada em novos territórios geográficos e tecnológicos.
A aquisição da Identity, assim como os anteriores, foi feito com capital próprio.Mas para continuar o plano de internacionalização, a Soluti deve ir à mercado. "Para alcançar novos mercados, partindo para outros continentes, uma captação vai ser importante não só pelo capital, mas também pelo conhecimento em processos de internacionalização", diz Sousa.
O mercado de identidade digital foi avaliado em US$ 27,5 milhões no ano passado e a expectativa é de que cresça mais de 17% anualmente entre 2023 a 2030. A alta deve ser sustentada pelo aumento de processos de autenticação, seja conhecimento biométrico ou autenticação multifatorial, segundo dados da Grand View Research.
Como a Soluti nasceu
A Soluti foi criada em 2008 como um pequena prestadora de serviço na área de certificação digital, em Goiânia, no estado de Goiás, pelos irmãos Vinicius e Flavia Sousa.
Da oferta de validação de notas fiscais eletrônicas inicialmente, o negócio cresceu para entregar mais tecnologias ao longo do tempo. Hoje, o portfólio de serviços inclui biometria, reconhecimento facial, e ainda protocolos para assinatura de prontuário e prescrição de medicamentos.
Os números do negócio são impulsionados pela oferta a pessoas físicas, com 80% da demanda vindo de certificação de documentos fiscais, notas e conectividade social (FGTS).Os outros 20% são gerados em empresas nas áreas de saúde, financeira e imobiliária. Neste mercado, setor mais novo para a empresa, os esforços estavam concentrados em médias e grandes empresas.Nos próximos meses, porém, a companhia deve lançar ofertas para micro e pequenas. “Estamos preparando o go to market”, afirma Sousa.