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Remy Sharp
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A criação de pele humana equivalente é um projeto que coloca a empresa paranaense, Creamy, na frente da corrida pelo desenvolvimento de novas tecnologias no setor de beleza. Visando atender à crescente demanda por cosméticos veganos, naturais e cruelty-free, a empresa firmou uma parceria estratégica, voltada para a criação de um modelo de pele humana artificial, capaz de  substituir a testagem em animais.

O recurso funcionará como catalizador para o avanço de pesquisas e desenvolvimento de dermocosméticos seguros e benéficos para o consumidor, que está cada dia mais interessado em produtos naturais e menos agressivos.

Como é criada a pele humana equivalente?

A parceria com o Laboratório de Bioensaios de Segurança e Eficácia de Produtos Cosméticos (LABSEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) dará origem a um modelo de bioimpressão 3D capaz de simular fielmente as camadas da derme e epiderme. O processo de desenvolvimento acontece de forma similar a uma impressora, a partir da obtenção de células presentes em cada uma das camadas por meio de cirurgias plásticas, que então são cultivadas em laboratório.

A partir do sucesso, a empresa terá maior capacidade de expansão no mercado brasileiro de cosméticos que, segundo a Euromonitor International ocupa o quarto lugar mundial em vendas.,

Qual o impacto ético e inovador da tecnologia para a indústria de cosméticos?

Embora as práticas de testagem em animais sejam proibidas no Brasil desde março deste ano – quando o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) emitiu uma resolução vetando o uso de animais em pesquisas, desenvolvimento e controle de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes – há marcas que ainda não se enquadram como cruelty-free.

O projeto de pele humana equivalente permite que os cientistas façam uma avaliação precisa e testes diversos para garantir o melhor desempenho de cada produto, estudando a fundo, por exemplo, a atividade anti-aging da pele, além de testar novos ativos e ingredientes. 

A professora e doutora em Ciências Farmacêuticas, Daniela Maluf, liderou o projeto ao lado do também professor e doutor da universidade Rodrigo Krebs, com o objetivo de fornecer soluções mais éticas, seguras e alinhadas às demandas dos consumidores, potencializando a inovação no segmento.

“A tecnologia de pele humana equivalente está se destacando tanto no Brasil quanto no mundo, oferecendo benefícios significativos. A grande vantagem é poder representar fielmente estas duas camadas de células, de forma idêntica à pele humana in vivo”, afirma. “A partir do momento que se desenvolve e valida um modelo próprio, podem-se realizar os ensaios de segurança e eficácia exigidos pela legislação, sem utilizar animais”, completa.

Como a marca paranaense pretende participar da mudança na indústria de cosméticos?

Com a expectativa de ser finalizado em dois anos, o projeto prevê a  validação do modelo in house segundo o Centro Brasileiro para Validação de Métodos Alternativos (BraCVAM) após a sua conclusão. Com isso, será possível escalonar essa tecnologia, uma vez que as células, ao serem cultivadas em laboratório, continuam a proliferar durante um período específico. Indo além, essas células podem ser congeladas para fabricar posteriormente, em um momento adequado, a pele humana equivalente.

O Dr. Luiz Romancini, CPO da Creamy, ressalta que parcerias entre empresas e universidades vêm contribuindo para o aprimoramento do processo de testagem de ativos e produtos, e que também está nos planos da companhia, para 2025, a adoção de um modelo de pele equivalente produzido in house. “Valorizamos profundamente a inovação e o avanço tecnológico no nosso setor. O desenvolvimento do modelo de pele humana equivalente é um reflexo do compromisso que temos com a excelência e acreditamos que é nosso dever buscar alternativas éticas e eficientes para o teste de produtos”, diz.

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