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Após Lava-Jato, Braskem tenta um recomeço

O que mais interessa para a Braskem, neste momento, não são seus resultados, mas quem serão os novos controladores da empresa

Braskem: petroquímica deve anunciar queda de 45% no lucro trimestral, na comparação com 2016 (Germano Lüders/Exame)
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EXAME Hoje

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 06h39.

Última atualização em 15 de agosto de 2017 às 16h47.

A temporada de balanços chega ao fim nesta terça-feira com os números do segundo trimestre da petroquímica Braskem . Para analistas, o resultado deve ser impactado por um spread – diferença entre o preço de petroquímicos e da matéria prima da empresa, o nafta, – fraco no mercado brasileiro e americano. Com isso, a expectativa é de um lucro de pouco mais de 1 bilhão de reais, alta de 274% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas uma queda de 45% na comparação com o primeiro trimestre deste ano.

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Para os acionistas da companhia, no entanto, o que mais interessa neste momento é uma decisão que não será apresentada nos números do balanço. A dúvida é sobre quem serão, afinal, os novos controladores da empresa. No mês passado, as controladoras Odebrecht e Petrobras deram início às negociações para revisão do acordo de acionistas, abrindo caminho para a venda da participação da estatal na Braskem. A Petrobras já anunciou a intenção de se desfazer da participação. A Odebrecht detém 50,1% do capital votante da companhia e 23% das preferenciais (com 38% do total), enquanto a Petrobras tem 47% das ações ordinárias e 22% das preferenciais (36% do total)

Segundo os jornais Valor e Estadão, as controladoras estão trabalhando em uma operação para transferir a sede da companhia para os Estados Unidos e lançar ações na Bolsa de Nova York. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a Braskem disse que “analisa constantemente oportunidades que tenham o potencial de agregar valor à Companhia(…), mas não existe, até o momento, sequer um estudo aprofundado acerca da alegada mudança de sua sede e da negociação de suas ações para os Estados Unidos.”

Desde o anúncio da revisão do acordo de acionistas, as ações da companhia subiram 6,64%. A ideia de mudar para os Estados Unidos faria sentido, já que hoje mais da metade de sua receita vem de fora do País. Fora isso, a empresa anunciou, no fim de junho, um investimento de 675 milhões de dólares para construir sua sexta fábrica nos Estados Unidos.

Listar a companhia no exigente mercado americano também ajudaria, na teoria, a deixar a Lava-Jato para trás. Em junho, a Justiça Federal de Curitiba homologou o acordo de leniência firmado entre a petroquímica e o Ministério Público Federal. A decisão era a etapa que faltava para a homologação do acordo global firmado pela Braskem com autoridades dos Estados Unidos, Suíça e Brasil, no qual a companhia se comprometeu a pagar cerca de 960 milhões de dólares.

A Braskem, agora, está livre para traçar novos planos. Resta saber quem serão seus novos donos.

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