Mundo

Shahed-136: saiba como funciona o drone kamikaze iraniano usado no ataque aéreo a Israel

Artefato de asas triangulares, apelidado de "suicida", pesa 200 kg e pode atingir velocidade máxima de 185 km/h

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 14 de abril de 2024 às 13h04.

Mais conhecido como "drone suicida", o modelo Shahed-136 foi uma das dezenas de armas lançadas por iranianos neste sábado, no ataque aéreo a Israel. A retaliação, que marca uma perigosa escalada de tensões no Oriente Médio, teve com um dos protagonistas o artefato de 200 kg. O dispositivo tem 3,5 metros de comprimento, asas triangulares com largura de 2,5 metros e pode atingir uma velocidade máxima de 185 km/h. O valor estimado é de US$ 20 a 40 mil. Com a atual cotação do dólar, no Brasil, o preço chegaria a mais de R$ 200 mil.

Também fabricados na Rússia para o uso na guerra contra a Ucrânia, onde são batizados de Geran-2o, os Shahed-136 são chamados ainda de drone "kamikaze", já que conseguem levar uma ogiva explosiva e de atingir alvos a até 2 mil km. Eles também têm a capacidade de esperar ao redor do alvo até que recebam a instrução para mergulhar e explodirem no impacto.

shahed-136

O drone é munido de um chip de comunicação, fabricado pela multinacional americana Analog Devices Inc., sediada em Wilmington, Massachusetts. Ele está à venda online no site de um distribuidor eletrônico do Reino Unido sediado em Hong Kong, pelo valor de HK$ 2.649 (aproximadamente R$ 1.730) e disponível em mais 11 países asiáticos. O mesmo drone usa um microcontrolador da Texas Instruments Inc., sediada em Dallas, à venda por HK$ 290 (R$ 189).

Um porta-voz da Texas Instruments afirmou que a empresa cumpre todas as restrições de exportação dos EUA e exige que seus distribuidores também o façam, realiza várias triagens em pedidos de clientes e toma medidas se souber de desvios ilícitos. Já um porta-voz da Analog Devices destacou que a multinacional adere a todas as sanções e embargos ao Irã e mantém "processos rigorosos de monitoramento e auditoria", a fim de evitar desvios ilícitos de seus produtos por revendedores.

Ao ajudar aliados a produzir drones em seu próprio território — uma abordagem única na indústria — os parceiros do Irã ganham tecnologia e empregos. Enquanto o Irã, por sua vez, mantém uma medida de negação sobre como as armas são utilizadas. Recentemente, documentos hackeados e vazados pela Rede Prana mostraram que a Rússia tem pagado ao Irã US$ 1,16 bilhão (R$ 5,95 bilhões) para fabricar 6 mil drones kamikaze de alta qualidade Shahed-136 até o ano de 2025.

Acompanhe tudo sobre:IrãIrã - PaísIsrael

Mais de Mundo

Sobe para cinco o número de mortos em ataque a Mercado de Natal na Alemanha

Volkswagen fecha acordo com sindicatos para cortar 35 mil postos de trabalho na Alemanha

Pandemia traz lições de como lidar com tarifas de Trump, diz professor de inovação no IMD

Câmara dos EUA evita paralisação do governo com aprovação de pacote emergencial de financiamento