Senado dos EUA também aprovou novas sanções contra autoridades iranianas e russas (Andrew Harnik/Getty Images)
Repórter colaborador
Publicado em 24 de abril de 2024 às 07h52.
O Senado dos EUA aprovou na noite desta terça-feira (23) um amplo pacote de ajuda militar externa de US$ 95,3 bilhões para Ucrânia, Israel, Taiwan e parceiros no Indo-Pacífico. A medida, que teve 79 votos a favor e 18 contrários, prevê US$ 60,8 bilhões para a Ucrânia, US$ 26,4 bilhões para Israel e ajuda humanitária para civis em zonas de conflito, como Gaza, e US$ 8,1 bilhões para aliados no Indo-Pacífico, incluindo Taiwan, gesto que pode aumentar as tensões com a China.
Dentro do pacote também foram aprovadas novas rodadas de sanções contra autoridades iranianas e russas. Em contrapartida, a Câmara, com maioria republicana, acrescentou disposições para orientar o presidente a buscar o reembolso do governo ucraniano de US$ 10 bilhões em assistência econômica. Esse foi um aceno a um pedido do ex-presidente Donald Trump para que qualquer outra ajuda a Kiev fosse classificada como um empréstimo. O projeto, porém, permite que o presidente perdoe esses empréstimos a partir de 2026.
Washington já está preparando a primeira fase desse novo pacote para a Ucrânia. Seria de US$ 1 bilhão.“Este é um ponto de inflexão na história. A democracia ocidental talvez tenha enfrentado a sua maior ameaça desde o fim da Guerra Fria”, disse o líder da maioria democrata, Chuck Schumer, no Senado.
O pacote de ajuda poderá ser o último aprovado para a Ucrânia até depois das eleições de novembro, quando a Casa Branca, a Câmara dos Deputados e um terço do Senado estarão em disputa.
O líder republicano do Senado, Mitch McConnell, um forte defensor da ajuda à Ucrânia, lamentou o atraso na aprovação da ajuda, em grande parte devido às objeções dos republicanos linha-dura em adicionar mais verbas aos US$ 113 bilhões que os EUA aprovaram para enviar ao país europeu desde o início da guerra. “Acho que superamos o movimento isolacionista”, avaliou McConnell em entrevista coletiva.
Um quarto projeto incluído no pacote aprovado pelo Senado, e que deve ir à sanção do presidente Biden ainda nesta quarta, trata das operações do TikTok nos EUA. A medida forçaria a ByteDance, empresa-mãe do TikTok na China, a vender a plataforma de mídia social sob a ameaça de deixar de operar no país. A legislação revisada estende o prazo, dando à ByteDance nove meses para vender o TikTok e uma possível extensão de três meses se uma venda estiver em andamento.