Putin e Netanyahu se reúnem e discutem situação na Síria
Rússia e Israel discordam sobre o Irã. Enquanto Netanyahu denuncia a tentativa iraniana de se estabelecer militarmente na Síria, Putin é aliado de Teerã
EFE
Publicado em 4 de abril de 2019 às 11h16.
Última atualização em 4 de abril de 2019 às 11h45.
Moscou — O presidente da Rússia , Vladimir Putin, e o primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu , se reuniram nesta quinta-feira no Kremlin, o segundo encontro entre ambos neste ano, para discutir a situação na Síria e a cooperação entre as forças armadas de seus países.
"Não passou muito tempo desde o nosso último encontro, mas eles são sempre úteis, tendo em vista a intensidade das nossas relações", disse Putin ao receber Netanyahu.
O primeiro-ministro israelense, que visita Moscou a poucos dias das eleições gerais em seu país, agradeceu ao presidente russo por ajudar Israel a recuperar os restos mortais do sargento Zachary Baumel, morto em combate na batalha de Sultan Yaacub, entre Israel e Síria, na guerra do Líbano de 1982.
"Eu gostaria de agradecer em nome de todo o povo de Israel", disse Netanyahu, adiantando que os restos mortais do soldado serão enterrados em cerimônia que acontecerá hoje à tarde em Jerusalém.
Embora os resultados do encontro entre Putin e Netanyahu não tenham sido revelados, o Kremlin informou que os líderes conversaram sobre a situação na Síria, onde Moscou é aliado de Teerã no apoio ao regime do presidente Bashar al Assad, e Israel denuncia a tentativa iraniana de se estabelecer militarmente na região.
A repentina viagem de Netanyahu, que foi informada com muito pouca antecedência, aconteceu pouco depois de os Estados Unidos reconhecerem a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, uma decisão criticada pela Rússia.
Além disso, estava nos planos do premiê israelense discutir com Putin seu plano para a saída de grupos iranianos da Síria, aliados de Damasco, que já foi apresentado ao presidente dos EUA, Donald Trump, segundo a imprensa.
A este respeito, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ontem que se o premiê israelense tiver um "plano concreto", seria "analisado e discutido".