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Por que ninguém comprou a NFL Network?

Emissoras de TV pagam bilhões pelos direitos de transmissão da NFL, mas a venda da NFL Network, que está no mercado desde 2021, continua sem desfecho

NFL Network é um produto valioso, mas a liga de futebol americano não consegue vender. (Icon Sportswire/Getty Images)

NFL Network é um produto valioso, mas a liga de futebol americano não consegue vender. (Icon Sportswire/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 4 de outubro de 2024 às 06h28.

A NFL Network, um canal de televisão dedicado exclusivamente ao futebol americano, está à venda desde 2021, mas até agora ninguém comprou. Com a crescente demanda por conteúdo esportivo e a popularidade do futebol americano, a falta de interesse parece contraditória. A liga contratou o Goldman Sachs para ajudar a negociar uma participação na NFL Network, que transmite análises e destaques da NFL, além de deter os direitos exclusivos de pelo menos sete jogos por ano. As informações são da Business Insider.

Mesmo diante de sua programação robusta e do interesse contínuo pelo esporte, nenhuma empresa de mídia decidiu adquirir a rede. A NFL Network, criada para cobrir eventos, jogos, análises e reportagens sobre a NFL ao longo de todo o ano, transmite conteúdos que vão desde a temporada regular até eventos como o Draft. Em especial, o canal possui os direitos de transmissão exclusivos de jogos da liga, o que, em tese, torna o pacote atrativo para qualquer emissora de TV tradicional ou plataforma digital que busca entrar no segmento de esportes.

Desafios na venda da NFL Network

A falta de propostas concretas para adquirir a NFL Network pode ser explicada por alguns fatores. Um dos elementos que parece influenciar a ausência de interesse é o preço elevado que a NFL estaria pedindo pelo canal. A liga, controlada pelos 32 proprietários de suas equipes, tem mantido um preço que parece estar afastando possíveis compradores, mesmo em um cenário onde o esporte ao vivo é considerado um dos poucos conteúdos que ainda retém audiência massiva na televisão tradicional.

A venda da NFL Network foi inicialmente vinculada ao Sunday Ticket, um serviço popular que oferece aos assinantes a possibilidade de assistir a todos os jogos da liga. O plano da NFL era atrair possíveis compradores para ambos os pacotes. No entanto, o YouTube adquiriu apenas os direitos do Sunday Ticket, deixando a NFL Network à parte. O Google, por meio do YouTube, paga cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,94 bilhões) anuais pelos direitos do Sunday Ticket, reforçando o valor que as transmissões esportivas ainda possuem para grandes plataformas.

Outro ponto que pode estar afastando compradores é o fato de a NFL Network não transmitir os jogos mais importantes. Os direitos dos jogos mais cobiçados da temporada, como os playoffs e o Super Bowl, são negociados separadamente com grandes redes, como CBS, NBC e ESPN. Ainda assim, mesmo sem os jogos mais populares, a NFL Network transmite partidas que atraem milhões de telespectadores, como o confronto entre Minnesota Vikings e New York Jets, que ocorrerá em Londres e será exibido em um horário menos atrativo, às 6h30 da manhã na Costa Oeste dos Estados Unidos.

As negociações com grandes players de mídia

Nos últimos meses, surgiram rumores de que a ESPN, controlada pela Disney, poderia estar interessada em um acordo que incluiria a compra da NFL Network. A ESPN, que já transmite muitos dos jogos mais importantes da liga, poderia integrar o conteúdo da NFL Network ao seu portfólio de esportes. No entanto, até o momento, nenhum acordo foi fechado. Outro nome que apareceu nas negociações é a Skydance, empresa de mídia de Larry e David Ellison, que também estaria em discussões para adquirir o canal.

O interesse de grandes players de mídia reforça o valor do conteúdo esportivo ao vivo. Em um mercado cada vez mais fragmentado, com a ascensão dos serviços de streaming, os eventos esportivos ao vivo ainda conseguem atrair grandes audiências, o que justifica os altos valores pagos por plataformas como Amazon e YouTube para transmitir jogos da NFL. A Amazon, por exemplo, paga cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,47 bilhões) anuais para transmitir apenas um jogo por semana, o que reforça a importância do futebol americano como produto midiático.

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