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McDonald's ou Burger King? Pesquisa revela as marcas mais consumidas fora de casa no Brasil

Estudo revela crescimento significativo no consumo de fast food fora de casa, destacando o aumento de marcas nacionais e mudanças nas posições de liderança no setor

Lanche de Fast Food (Getty Images/Getty Images)

Lanche de Fast Food (Getty Images/Getty Images)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 18h18.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 20h06.

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Um novo ranking da Kantar, especializada em dados e consultoria, revela as marcas de fast food mais consumidas fora de casa no Brasil. O estudo, apresentado nesta terça-feira, 10, mostra que o McDonald’s lidera a preferência dos brasileiros, seguido pelo Burger King e pelo Grupo Habib’s.

A pesquisa utiliza a métrica CRP (Consumer Reach Points), que mensura quantos indivíduos estão comprando produtos de determinada empresa e com que frequência isso ocorre. Quanto maior o número, mais acessada é a marca. Diferentemente de um ranking por volume de vendas, o CRP indica as marcas com mais pontos de contato com o consumidor.

Mesmo com uma redução na frequência e penetração de compra no último ano, o Méqui lidera o ranking, com 41,9 milhões de CRPs. Em seguida, aparece o Burger King, com pouco mais de 26 milhões de pontos, destacando-se pelo crescimento no número de compradores (+3,9%). Já o Grupo Habib’s, com 15,3 milhões de CRPs, registrou alta de 17,5% em novos consumidores, consolidando-se no terceiro lugar.

Em contrapartida, o Bob’s registrou queda significativa no número de consumidores e frequência, caindo para a décima posição e perdendo espaço para Giraffas, China In Box, Ragazzo e Madero. Problemas na distribuição das lojas foram apontados como o principal fator para a retração, mesmo com a boa avaliação do sabor.

As redes nacionais de menor porte, como Giraffas (7,9 milhões de CRPs, agora em quinto lugar), China In Box (5,9 milhões, subindo três posições para sexto) e Ragazzo (5,1 milhões, na oitava posição), vêm conquistando espaço, refletindo a diversificação no segmento de fast food.

Os dados indicam que o consumo de fast food no Brasil vai além de pizzas e hambúrgueres, tornando-se uma opção mais presente no dia a dia, especialmente entre as classes AB, que já incorporam essas redes nas refeições diárias.

Já as classes DE ainda associam o fast food a momentos de lazer, principalmente nos finais de semana. O jantar desponta como a principal ocasião de consumo no segmento de comida rápida, totalizando 40 milhões de pontos de contato.

“As marcas que estão no topo do ranking se destacam pela conveniência [lojas bem localizadas], sabor e inovação. A busca por novos consumidores e o direcionamento de campanhas criativas para o público que consome fast food, como vem fazendo Burger King, são essenciais para aumentar os pontos de contato com o consumidor e incrementar vendas”, diz Hudson Romano, gerente sênior de consumo fora do lar da Kantar, divisão Worldpanel.

Fast food ganha força no Brasil

Segundo o estudo da Kantar, o mercado de fast food no Brasil vive um momento favorável. Mesmo com o aumento no gasto médio (+31,6%) impulsionado pela inflação e pelo repasse de preços, os brasileiros intensificaram o consumo fora de casa.

No primeiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, houve um aumento de 34% em valor, crescimento de 14,1% em unidades vendidas e alta de 30,7% nas ocasiões de consumo. O canal de fast food liderou o crescimento em valor, com uma contribuição de 9,7%.

O consumo dessa modalidade de refeição rápida vem se fortalecendo principalmente nas Classe A/B e D/E, que cresceram 5% e 11%, respectivamente, além do público jovem, com até 29 anos, que registrou aumento de 11,2%.

“As redes que souberem entender qual é seu público e proporcionar jornadas de compra que associem sabor com conveniência e bom custo-benefício conseguirão conquistar novos compradores e aumentar frequência dos clientes habituais. Além disso, ter boas ferramentas de delivery, em franca ascensão entre todas as classes sociais no país, é indispensável para o bom desempenho dessas marcas”, afirma Romano.

A pesquisa da Kantar abrange um universo de 48 milhões de indivíduos no Brasil, com dados coletados ao longo dos 12 meses terminados em março de 2024, comparando com o mesmo período do ano anterior. A análise incluiu sete regiões metropolitanas: Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

As marcas de fast food mais consumidas fora de casa no Brasil

  • 1º: McDonald's (CRP (M): 41,9)
  • 2º: Burger King (CRP (M): 26,4)
  • 3º: Habib's (CRP (M): 15,3)
  • 4º: Pizza Hut (CRP (M): 8,6)
  • 5º: Giraffas (CRP (M): 7,9)
  • 6º: China in Box (CRP (M): 5,9)
  • 7º: Subway (CRP (M): 5,7)
  • 8º: Ragazzo (CRP (M): 5,1)
  • 9º: Madero (CRP (M): 4,5)
  • 10º: Bobs (CRP (M): 3,6)
  • 11º: KFC (CRP (M): 3,3)
  • 12º: Jerônimo (CRP (M): 3,0)
  • 13º: Cabana Burger (CRP (M): 2,7)
  • 14º: Popeyes (CRP (M): 2,1)
  • 15º: Ragazzo Express (CRP (M): 1,5)

McDonald's ou Burger King?

Nos últimos anos, conforme mostrou o INSIGHT, os desempenhos do Burger King e do McDonald's se descolaram. Em 2023, as vendas comparáveis do BK se mantiveram praticamente estáveis, enquanto as do Méqui cresceram quase dois dígitos (9,9%), puxadas pelo aumento das vendas e tíquete médio nas lojas.

Mas um balanço recente da Zamp indica perspectiva de melhora do cenário para o Burger King. No segundo trimestre de 2024, a dona do Whopper registrou alta de 19% nas vendas, totalizando R$ 1,025 bilhão — impulsionada por um crescimento de 16,2% nas vendas comparáveis, performance de novos restaurantes, campanhas de marketing e o lançamento da linha premium 'The Kings'.

A dona do Big Mac, por sua vez, registrou um crescimento de 9,1% no período, com receitas alcançando R$ 2,3 bilhões (US$ 442,0 milhões). O desempenho é atribuído às campanhas de marketing direcionadas a produtos familiares, promoções associadas a eventos como o 'Big Brother Brasil' e ao programa de fidelidade 'Meu Méqui'. Nas vendas comparáveis, a alta foi de 10,2%.

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